O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) denuncia a falta de organização da prefeitura de Cuiabá em completar as escalas médicas de plantão para atender a população nas UPAS e Policlínicas da capital.
Segundo o Sindimed-MT, a prefeitura exonerou vários médicos, mas não teve agilidade para suprir a necessidade das UPAs e Policlínicas, deixando “furos” nas escalas de plantão. Escalas incompletas nessas unidades não são nenhuma novidade, mas escalas com nomes de médicos já exonerados é no mínimo surpreendente.
“Tivemos acesso às escalas incompletas e ficamos chocados com o elevado número de falhas. Existem unidades com demandas altíssimas, onde deveriam ter três médicos para ser possível dar um atendimento de qualidade aos pacientes, mas normalmente tem apenas dois médicos, sendo que em muitos casos somente um médico está escalado. Isso gera sobrecarga de trabalho, desgaste do profissional o que causa prejuízo incontestável para a população assistida. O médico é um trabalhador que carrega uma responsabilidade muito grande no seu cotidiano e nada mais justo que ter estabilidade no exercício da sua profissão, afirma o presidente do Sindimed-MT, Adeildo Lucena.
A realidade é que a prefeitura vem sendo cobrada pelo Sindicato desde a primeira gestão de Emanuel Pinheiro, mas mesmo assim não deu andamento ao concurso público e deixou chegar ao estado que está. “Entramos com uma ação para obrigar a prefeitura a publicar todas as escalas de plantão no Portal Transparência, mas até agora não houve o cumprimento da sentença judicial”, revela Lucena.
Adeildo alerta que o sindicato tem recebido diversas reclamações de médicos que estão atuando na rede municipal de Cuiabá de que além das escalas incompletas, os emergencistas tem dificuldade para transferirem os pacientes para hospitais que tem os leitos de retaguarda para abrigar os pacientes após estabilização do quadro. “O que o Emanuel fez foi transferir os problemas do antigo pronto socorro de Cuiabá para as UPAs e Policlínicas, que hoje funcionam com escalas incompletas e acima da capacidade instalada. Sem leitos de retaguardas suficientes (velho problema em Cuiabá) muitas unidades tem superlotação com pacientes nos corredores”, afirma Lucena.
Outra dificuldade apontada pelo Sindimed para a gestão completar as escalas são os pagamentos dos plantões extras. Acontece que o pagamento desses plantões demoram três meses para serem pagos e por esse motivo os médicos não estão aceitando encarar uma jornada de mais 12 horas de trabalho duro para receberem três meses depois.
“Está na hora do governo municipal obedecer a Constituição Federal e realizar o concurso público na Capital para que os direitos tanto dos médicos quando da população sejam respeitados. O Médico tem direito a uma carreira estabilizada com plantões pagos, condições de trabalho e a população a atendimento de qualidade quando procura a rede pública. Prefeito, exigimos Concurso Já”, cobra o representante da classe médica.