Bancada de MT destina R$ 790 milhões para conclusão do VLT

Senador Jayme Campos voltou a cobrar dos Governos Federal e de Mato Grosso uma solução para o impasse

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O senador Jayme Campos (DEM/MT), que assina juntamente com o deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB/MT) entre outros parlamentares federais, emenda no Plano Plurianual 2020/2024, no valor de R$ 790 milhões para conclusão do Veiculo Leve Sobre Trilho – VLT, obra da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo de 2014 que se encontra paralisada desde então, voltou a cobrar dos Governos Federal e de Mato Grosso uma solução para o impasse.

De posse de estudos técnicos apresentados no Seminário Folha de São Paulo, sobre mobilidade e inovação, Jayme Campos sinalizou que os mesmos demonstram que o custo socioeconômico da “imobilidade” urbana no Brasil, (o que atinge ao aglomerado Cuiabá/Várzea Grande, as duas principais cidades de Mato Grosso), cresceu 7% em um ano e se aproxima de meio trilhão de reais.

“Só o tempo em que as pessoas gastam no deslocamento entre casa-trabalho-casa resulta em um prejuízo de mais de R$ 111 bilhões, recursos mais do que suficientes para iniciar as transformações necessárias em termos de mobilidade urbana”, disse Jayme Campos lendo trechos da matéria da Folha de São Paulo do último dia 04 de novembro.

Ele disse ainda que irá solicitar os estudos apresentados pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos que demonstram que o gasto com transporte já pesa mais no bolso das famílias brasileiras do que as despesas com alimentação. Não é só: no Brasil, crescem também as perdas globais com falta de planejamento urbano, ausência de políticas públicas adequadas e horas perdidas nos deslocamentos.

Lendo trecho da reportagem, Jayme Campos explicou que o relatório aponta que o custo sócio econômico da mobilidade urbana foi estimado em R$ 483,3 bilhões anuais, um valor 7% maior se comparado com o ano anterior. “Estes dados são de 2016, então, tenho certeza de que estes valores já são maiores, pressionados por aumento de passagens de transportes coletivos e falta de investimentos”, disse o senador por Mato Grosso lembrando que a situação é tão critica que no ano de 2020, o Governo Federal prevê investimentos de R$ 19 bilhões, ou seja, nada comparado com a necessidade.

“Por isso defende a retomada das obras do VLT. Disse isto ao governador Mauro Mendes durante a entrega de mais uma obra deixada pela gestão anterior e concluída agora que foi a duplicação de trecho da Rodovia que demanda Cuiabá, Acorizal, Rosário Oeste, Nobres e todo o Norte de Mato Grosso e do Brasil, pois obra parada é prejuízo dobrado. Compreendo que existem outras prioridades imediatas, mas precisamos destravar. O retomamos o VLT ou partimos para outro modal, o que não pode ficar é Cuiabá e Várzea Grande, além de sua população padecendo com um transporte coletivo ineficiente e oneroso para as famílias de trabalhadores”, disse o senador que se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto que comanda a Comissão Técnica que ficou de apresentar um estudo sobre a retomada do VLT no primeiro trimestre de 2020.

Ainda em cima do relatório da ANTP, Jayme Campos sinalizou que o calculo apresentado considerou as informações de 533 cidades com mais de 60 mil habitantes, (o que envolve Cuiabá e Várzea Grande que juntas tem 1 milhão de habitantes e são vizinhas), nas quais vivem 133,5 milhões de pessoas (65% da população) e por onde circulam 39 milhões de veículos.

“Fora tudo isto, a opção feita por investimentos que previam o transporte individual temos que levar em consideração os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE do quanto a imobilidade urbana pesa, já que na pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018, pela primeira vez as despesas dos brasileiros com transporte superaram os gastos com alimentação: deu 18,1% a 17,5%. Na série histórica, a lógica sempre foi outra, Em 2002-2003, por exemplo, alimentação consumiu 20,8% do orçamento, e transporte levou 18,4%”, disse o senador novamente se baseando na matéria publicada pela Folha de São Paulo com base em estudos da ANTP.

Jayme ainda ponderou que 18,1% de gastos com transportes é a media do Brasil e quando se trás o estudo para o Centro Oeste, no qual está Mato Grosso, este percentual sobe para 21%, maior que todas as demais regiões do Brasil, Sul com 20,6%; Sudeste com 17,5%; Norte com 16,6% e Nordeste com 16,2%. “Estes gastos da população refletem que temos que voltar a investir em transporte coletivo de qualidade e de forma urgente, seja com recursos públicos, seja com a parceria da iniciativa privada, sob pena de termos um estrangulamento no transporte e no orçamento das famílias.

“Se levarmos em consideração uma família média de Cuiabá e Várzea Grande, com quatro pessoas, pagando duas passagens (R$ 4,10 valor da passagem) por dia para trabalhar, estudar ou para outros afazeres, durante 26 dias, tirando apenas os domingos, teremos um gasto absurdo de R$ 852,80 mensais, quase a totalidade de um salário mínimo que é de R$ 998,00”, ponderou Jayme Campos sinalizando novamente que este é um exemplo que necessita levar em consideração o fato da maioria dos trabalhadores terem vale-transporte, estudantes contarem com o transporte escolar ou com vale-transporte entre outras vantagens, mesmo assim os valores são pesados e decorrem da falta de opção e de investimentos em mobilidade urbana, o que encarece os custos.

Finalizando, o senador Jayme Campos disse que além de custar mais e beneficiar uma parcela menor da população, o transporte individual consome quase o dobro de energia e polui duas vezes mais, multiplicando o prejuízo econômico e social pelo tempo que a população joga fora nos deslocamentos entre casa e o trabalho.

“Em 37 regiões metropolitanas de 20 Estados e no Distrito Federal, 17,6 milhões de pessoas levam, em média, 114 minutos para fazer o trajeto casa-trabalho-casa. Este tempo de deslocamento dos trabalhadores, causa prejuízos de R$ 111 bilhões/ano, por isso defendo a retomada do VLT ou uma outra solução plausível que atenda a demanda daqueles que necessitam do transporte coletivo, sem comprometer as finanças públicas de Mato Grosso que agora estão sendo recuperadas graças ao esforço do governador Mauro Mendes e sua equipe de trabalho”.

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