Após renúncia de Evo Morales, manifestantes liberam fronteira com a Bolívia em MT após mais de duas semanas de protesto

Bloqueio estava impedindo o município de comprar ureia para a agricultura e que também estava afetando o comércio da cidade.

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Terminou, na manhã desta quarta-feira (13.11), o bloqueio na região de fronteira entre Brasil (Cáceres) e Bolívia (San Mathias). A entrada e saída de pessoas estavam impedidas devido à manifestação de bolivianos, que durou 21 dias. A partir das 7h, o trânsito foi liberado, e os interessados em entrar no país vizinho já podem voltar a utilizar o acesso oficial por Cáceres (214 km a Oeste de Cuiabá).

O comandante do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), tenente-coronel PM Fábio Ricas, ressaltou que neste período foi feito todo o acompanhamento da situação, sem nenhum registro de ocorrência grave. “Ficamos atentos a qualquer movimentação e preparados para intervir, caso fosse necessário, mas tudo ocorreu dentro da normalidade”.

Os manifestantes estavam permitindo apenas o acesso de ambulâncias e veículos que estivessem prestando socorro a alguma vítima. O Gefron esteve atento à região de Corixa, localizada a poucos metros do bloqueio, bem como no Posto do Limão (base do grupamento), localizado na BR-070, com o objetivo de evitar incidentes.

A crise na Bolívia

A tensão política na Bolívia motivou manifestações, a partir de 21 de outubro, em função de indícios de fraude no processo eleitoral. O presidente Evo Morales renunciou ao mandato, mas existe a possibilidade de a Câmara dos Deputados declarar desconhecimento da carta de renúncia e fazer com que o presidente reassuma.

A fronteira com a Bolívia, em Cáceres, na região noroeste do estado, foi liberada pelos manifestantes nesta quarta-feira (13), após mais de duas semanas de protesto. De acordo com o Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), agora é possível transitar pela via de acesso de Cáceres, na região de Corixa, a San Matias, no país vizinho.

O encerramento do protesto na região se deu após a renúncia de Evo Morales à presidência da Bolívia, no último domingo. Há vários dias o país vive uma onda de protestos contra supostas fraudes nas eleições de 20 de outubro que reelegeram Morales para o cargo.

Em Mato Grosso, no entanto, o protesto foi pacífico, causando somente prejuízos econômicos. O prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz (PSDB), disse que o bloqueio estava impedindo o município de comprar ureia para a agricultura e que também estava afetando o comércio da cidade.

Segundo Francis, o bloqueio tem causado prejuízos para Cáceres. Ele afirmou que a cidade importa ureia da Bolívia e os bolivianos compram produtos de Cáceres.

“Cáceres perde muito com as fronteiras fechadas, pois os vizinhos bolivianos vinham muito para Cáceres fazer compras, principalmente de alimentos”, afirmou.

Francis disse que espera que o tráfego entre Cáceres e Bolívia seja normalizado nos próximos dias. “Que possamos entrar na Bolívia para trazer a ureia e que eles [bolivianos] possam fazer compras em Cáceres para o sustento das famílias”, ressaltou.

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