Mulher de 31 anos e seu filho de 6 anos foram espancados e mantidos em cárcere privado por duas semanas pelo agente penitenciário e ex-chefe do Setor de Operações Especiais (SOE) da Penitenciária Central do Estado, Edson Batista Alves, 35. As vítimas conseguiram fugir na noite de quarta-feira (20) e denunciaram o suspeito, que já faz uso de tornozeleira eletrônica e foi denunciado ao menos 6 vezes por violência doméstica.
O crime chocou os policiais que atenderam a ocorrência. A criança estava com o braço quebrado devido ao espancamento sofrido, além de várias lesões pelo corpo. A mãe dele, que também está com várias lesões, contou que passou a morar com o agressor há duas semanas após se mudar de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).
Passado à primeira semana, Edson começou a ficar violento e as agressões físicas e verbais contra mãe e filho passaram a ser constantes. Além disso, impediu as vítimas de deixarem o apartamento, fazendo ameaças. “Se você for embora, eu mato você e seu filho”, teria dito ele à vítima.
Na madrugada do dia 20, ela contou que o agressor passou a se comportar de maneira machista e homofóbica com o seu filho, o chamando de “veado” e que ele seria uma pessoa “imprestável”. Quando ela estava em outro cômodo da casa, ouviu o choro do menino e percebeu que ele estava sendo agredido.
Diante das agressões, ele ficou ferido no olho direito. O agressor tentou “limpar” o olho do garoto com água quente, que escorreu pelo corpo da vítima, causando uma queimadura na barriga. Ao tirar satisfação do fato, ouviu que ele cumpriria a promessa de mata-los. Segundo a mulher, ele dizia várias vezes que atiraria na cabeça dela.
Na noite de quarta, durante um jantar na casa de uma amiga do suspeito, ela conseguiu chamar um carro de aplicativo e se deslocou até a Base Comunitária da Polícia Militar no bairro Araés, onde fez a denúncia. Mãe e filho foram levados para a Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado.
Durante o registro da ocorrência, o suspeito passou na porta da delegacia em um veículo e acabou sendo identificado pelos policiais. Ele foi abordado e recebeu voz de prisão. Diante do flagrante, deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (21), no Fórum de Cuiabá).
Edson já faz uso de tornozeleira eletrônica e é monitorado pela Justiça como medida cautelar de um processo de violência doméstica. Ele já foi denunciado 6 vezes por esse crime. Em Julho deste ano, teve o porte de arma revogado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) sob o argumento de ‘prática de infração disciplinar e/ou criminal em apuração’.