MPE denuncia filho de Silval e ex-Detran por propina em contrato de aluguel de carros

Pedro Elias e Rodrigo Barbosa confessaram que receberam vantagens indevidas

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O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou o filho do ex-governador Silval da Cunha Barbosa, o médico Rodrigo Barbosa, e o ex-secretário de Administração em seus tempos de governo, Pedro Elias Domingos, e mais três pessoas por improbidade administrativa no Detran (Departamento Estadual de Trânsito). A suspeita do promotor de justiça Arnaldo Justino da Silva é que os “dois amigos” juntaram-se para criar um esquema de cobrança de propina utilizando-se de um contrato firmado com a Sal Locadora de Veículos.

O valor da causa é muito maior, de mais de R$ 2,355 milhões. Esse valor, sempre conforme a descrição da Nona Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá – Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, foi combinado em 10% do total acertado legalmente e teria sido entregue pelo proprietário da Sal Locadora, Alexsandro Botelho, entre julho de 2011 e setembro de 2012, dentro da empresa, dividido e em várias ocasiões, mas sempre em dinheiro vivo, a Pedro Elias que repassava em seguida para Rodrigo Barbosa.

O acordo previa que Pedro Elias Domingos embolsaria 15% dos “lucros” e o que sobrava ia diretamente pras mãos do filho médico do então governador. Pedro pegava o dinheiro com Alexsandro, punha uma sacola ou mochila e partia para a casa de Rodrigo Barbosa para entregar-lhe a parte devida.

Algumas das vezes, esse repasse ao filho do governador daquele turno aconteciam no estacionamento do prédio onde o médico filho de governador mora. Em outras, Pedro chegava, interfonava, recebia aval, entrava, pegava o elevador e ia até o apartamento.

Lá, deixava os pacotes. As informações foram confirmadas por Rodrigo Barbosa quanto por Pedro Elias em seus respectivos acordos de colaboração premiada — a popularmente chamada delação premiada.

Além dos dois, o MPE também denunciou outras cinco pessoas e uma empresa baseado em  indícios de que houve não só superfaturamento, mas também pagamento de propina. O pedido de bloqueio inscrito na ação é de precisos R$ 2.355.478,13. O inquérito pretende apurar e confirmar com provas documentais, além dos depoimentos, óbvios, as irregularidades orquestradas durante a execução do contrato de prestação de serviços firmado em 2011 entre o Detran e a Sal Locadora de Veículos Ltda.

Juntamente com os dois citados, devem responder por isso judicialmente os ex-presidentes do Detran, Teodoro Moreira Lopes e Giancarlo da Silva Lara Castrillon, a pessoa jurídica da Sal Locadora e seu proprietário, Alexsandro Neves Botelho. Às irregularidades apontadas até aqui, foi adicionado ainda um superfaturamento de R$ 86 mil em um aditivo posto no mesmo contrato.

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