O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira, 8, na Casa Branca estar disposto a iniciar negociações de um novo acordo nuclear com o Irã, capaz de impedir o país de desenvolver armas nucleares, e de atuar com Teerã no combate a células remanescentes do Estado Islâmico no Oriente Médio. Com o cuidado de não indicar nenhum ato de retaliação por parte dos Estados Unidos contra o Irã pelos seus ataques a bases americanas no Iraque, na noite de terça-feira 7 (quarta), Trump informou que não houve vítimas. “O Irã não será autorizado a ter armas nucleares. Bom dia”, iniciou Trump seu pronunciamento na Casa Branca. “Nenhum americano foi ameaçado pelos bombardeios na noite passada”, continuou.
Esta foi a primeira declaração oficial da Casa Branca desde os bombardeios do Irã às bases americanas de Al Asad e Erbil na noite de terça-feira 7 (quarta, no Oriente Médio), como represália ao ataque dos Estados Unidos que culminou com o assassinato do general iraniano Qasen Soleimani em Bagdá, no Iraque. O militar era comandante das forças de elite da Guarda Revolucionária do Irã, considerado um herói nacional e figurava como a segunda autoridade mais poderosa do país, depois do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Trump convocara uma reunião de emergência na Casa Branca na noite de terça-feira e prometera fazer uma declaração à imprensa logo depois. Do encontro participaram o vice-presidente, Mike Pence, e os secretários de Defesa, Mark Esper, de Estado, Mike Pompeo, e o chefe das Forças Conjuntas dos Estados Unidos, general Mark Milley. Mas, ao final das conversas, limitou-se a disparar um tuíte. “Até agora, tudo bem”, escreveu o presidente. “Nós temos o militarismo mais poderoso e melhor equipado do que qualquer outro no mundo, de longe”, escreveu.
No calor dos acontecimentos no Oriente Médio, a Casa Branca previu deixar para o dia seguinte sua manifestação mais comedida aos americanos e ao mundo. Trump afirmou que seu governo investiu 3,5 bilhões de dólares nas Forças Armadas do país, que considera as mais preparadas do mundo em equipamentos e preparo de contingentes. “Mas nós não queremos usá-las”, insistiu, para completar que o arsenal de Defesa tem como prioridade servir para deter ações contra o país.
Depois dos bombardeios iranianos, o governo de Teerã anunciou que qualquer represália dos Estados Unidos seria respondida com ataques a Haifa, em Israel, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O aiatolá Khamenei afirmou que a reação do Irã foi um “tapa na cara” dos Estados Unidos e condenou a presença de contingentes militares americanos na região. “A presença corrupta dos Estados Unidos na região precisa terminar”, afirmou, em discurso transmitido pela televisão estatal do país.O chanceler Javad Zarif declarou na noite de terça-feira, por Twitter, que a atitude do Irã teve caráter defensivo, baseado no artigo 51 da Carta das Nações Unidas, e que seu país não quer a escalada do conflito nem a guerra.