A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Civil, investiga dois atentados contra a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT). Em janeiro, houve um incêndio na sede do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e parte de processos foram destruídos. No dia 15 de fevereiro, houve uma segunda tentativa de queima de mais processos contra advogados do estado.
Campos conta que no dia 5 de janeiro um criminoso invadiu o Tribunal, selecionou alguns processos e ateou fogo. “Por graça de Deus e da nossa vigilância, o volume de processos atingidos foi mínimo”.
Quando houve esse primeiro atentado, a maioria dos membros da direção da Ordem estava viajando. Logo em seguida foi requerida perícia no local e o laudo apontou que o incêndio foi criminoso, como a OAB já suspeitava.
Conforme o presidente, foi possível extrair mais indícios para a investigação nessa segunda invasão e tudo será encaminhado para a polícia. Foi feita a triagem dos processos atingidos e digitalização deles. Os advogados citados em cada um dos documentos também já foram identificados.
“Tem muita coisa da investigação que não posso adiantar, mas, posso dizer que o nome de todos os conselheiros, servidores e pessoas que circulam na ordem já foram repassados para a Polícia Federal, que está fazendo um minucioso trabalho em conjunto com a inteligência da Polícia Civil”, informa.
Campos afirma que não há registro de atentado nesse porte entre as seccionais da Ordem do Brasil, pois o fogo, além dos processos, colocou em risco a estrutura da sede. “Mas isso é sinal de que o TED está fazendo seu papel. Se querem destruir o Tribunal é porque ele está punindo aqueles que desviam dos princípios éticos. Estamos cortando na própria carne com a devida celeridade que deve ser a resposta para a sociedade. Porque é isso que cobramos das autoridades e se cobramos temos que praticar em casa. Assim como há em outras profissões, temos, ainda, bandidos com a carteira da OAB”, garante Campos.
Na entrevista, ele ainda ressaltou que as organizações criminosas têm investido na formação de profissionais todas as áreas, inclusive de Direito. “Eles pagam toda a formação e, ao final, esse profissional tem o compromisso de estar à serviço dessas facções criminosas. Mas o que não podemos é nos intimidar. Punir colegas não é fácil”.
A OAB está em fase de reconstituição dos processos perdidos.