Pela segunda vez na semana, a Bolsa de Valores de São Paulo entrou em circuit breaker, ferramenta que para as negociações no mercado financeiro. O mecanismo foi acionado por volta das 15h14, quando o índice marcou 10,11%, aos 82.887 pontos, menor patamar do Ibovespa desde outubro de 2018. O pânico no mercado se acentuou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) como pandemia. O dólar comercial subia 1,65%, vendido aos 4,72 reais.
A parada é usada como ferramenta de segurança para interromper todas as operações da B3, disparada quando ocorrem fortes quedas atípicas nos preços das ações. Após o retorno, caso caia mais 5%, um novo circuit breaker é acionado por uma hora. Se no total a bolsa cair 20%, os negócios são parados em definitivo no dia. Após a volta do pregão, o Ibovespa continuava a trajetória de queda, acumulando perda de 12,15% por volta das 16h16.
Na segunda-feira, os negócios foram interrompidos logo na abertura do pregão, devido à crise do petróleo e ao aumento das preocupações do coronavírus. Ao final do pregão, a bolsa caiu 12%. Na terça-feira, o Ibovespa subiu 7%, reagindo à baixa recorde da véspera.
“Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva. A notícia também desanimou mercados no mundo todo. Na tarde desta quarta, os índices caiam na casa de 5%.