Enquanto a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) confirma o monitoramento de 6 casos suspeitos de coronavírus (Covid-19), o Hospital Santa Rosa recebeu 20 pacientes com sintomas da infecção viral. Destes, um foi confirmado, 8 foram descartados e 11 aguardam resultado de análise laboratorial. Setor de infectologia da unidade informou que a maioria dos casos se trata de pessoas que estiveram em países onde há casos confirmados do Covid-19. Homem que atestou positivo para o vírus segue internado na unidade em isolamento, para acompanhamento da evolução do quadro.
Questionada se aumento de busca por atendimento com suspeita da doença seria exagero da população, a infectologista do hospital, Zamara Brandão, informou que a situação é reflexo do que ocorreu na China. “Atitude absolutamente normal. Mas, todos precisam avaliar se o caso é de buscar atendimento médico, já que em um pronto atendimento o risco de outras contaminações é grande”.
Brandão frisa que atualmente o hospital só tem autorização para realizar exames para Covid-19 em pacientes que estejam internados na unidade. Isso porque o bastonete utilizado para colher a secreção dos pacientes possíveis portadores da doença, que posteriormente passa pela metodologia PCR em tempo real, está em falta em todo o país. “A demanda está muito grande e os distribuidores não estão conseguindo atender todos os estados. Acreditamos que nos próximos dias a situação estará normalizada. Mas, até lá, os exames só serão realizados em pacientes considerados graves”.
Atualmente o Santa Rosa está colhendo o material a ser analisado e encaminhando para 3 laboratórios diferentes em São Paulo. Por isso, os resultados chegam de forma aleatória. Conforme a infectologista, quase todos os casos que têm chegado à unidade são de pessoas que voltaram recentemente de viagens ao exterior. “A preocupação maior está sendo com os transmissores do coronavírus, já que os portadores assintomáticos são os principais transmissores. Ou seja, um jovem pode ter o vírus e transmitir para um idoso, que é muito mais suscetível a evoluir para um quadro grave”.
Enquanto os resultados não saem, a médica reforça a importância de a população seguir a risca todas as recomendações do Ministério da Saúde (MS), sobretudo quanto à higienização. “Principalmente sobre o lavar das mãos, que é a parte do corpo que mais tem risco de ter contato com o vírus”, acrescenta a especialista.