Fonte: JB
Mesmo ainda em 11º lugar em número de pessoas identificadas com Covid-19 (78.162 casos), o Brasil, com 211 milhões de habitantes, está fazendo jus à sua condição de 5º país mais populoso do mundo (ameaçado pela indicação de que o Paquistão teria alcançado 216 milhões) e ocupou, nesta quarta-feira (29), o 2º lugar no número de novos casos de um dia para outro (6.272 casos), superando a França (1.520 novas contaminações), Espanha (2.144 novas contaminações) e Itália (2.086), ainda bem à frente em número de casos e de mortes.
Numa evidência de que a contaminação de espalha exponencialmente porque o presidente Jair Bolsonaro toma atitudes contra o isolamento social, que acaba sendo frustrado, nas últimas 24 horas, o Brasil só perdeu para os Estados Unidos, que registrou 23.901 casos. Com o maior incremento de casos na Europa, o Reino Unido (4.076) teve quase 2.200 ocorrências a menos que o Brasil. Os EUA são o país mais afetado pela doença e seus 1,060 milhão de contaminados, e correspondem a praticamente 1/3 dos 3,170 milhões de registros no mundo. Com 61.342 mortes, segundo dados da Universidade John Hopkins, respondem por mais de 27% dos óbitos globais.
Considerando os números totais, o Brasil tem agora 78.162 casos de covid-19 identificados e 5.466 óbitos em decorrência do novo coronavírus. É o 11º país em número de casos (atrás de China, Irã, Rússia, Turquia, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha e Estados Unidos) e o 9º em número de mortos (atrás de Irã, Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Reino Unido, Itália e Estados Unidos).
Disciplina e testes evitam tragédias
Pela lógica, diante da expansão do Covid-19, os países mais populosos – como China (1,4 bilhão), Índia (1,250 bilhão), Estados Unidos (329 milhões, Indonésia (270 milhões), Brasil (211 milhões), Paquistão (216 milhões), Nigéria (200 milhões), Bangladesh (165 milhões), México (127,5 milhões), Japão (126,8 milhões), Rússia (145,8 milhões), Etiópia (112 milhões), Filipinas (108 milhões), Egito (100,3 milhões), Vietnã (90 milhões), República Democrática do Congo (87 milhões), Alemanha (83,5 milhões), Turquia (83,4 milhões e Irã (82,9 milhões) – deveriam liderar as contaminações e mortes.
Mas não é bem assim. Medidas preventivas, tradição de organização e disciplina no acatamento de ordens superiores, testagem em massa e rigidez no isolamento acabam tendo influência final. O caso mais emblemático é a comparação entre o que está ocorrendo na Alemanha, Turquia e Irã, três países com praticamente a mesma população. A Alemanha fez 161.187 testes e registrou até agora 6.401 mortes (à frente do Brasil). O Irã tem 5.947 mortes para apenas 93.627 testes. Na Turquia houve 117.589 testes e 3.081 mortes.
San Marino lidera em termos per capita
Um modo de aferição interessante aplicado pela John Hopkins faz a correlação entre a população total e o número de mortes. Numa escala de 1 morte por cada 100 mil habitantes, o pior resultado é da República de San Marino. O pequeno enclave de 61 km2 na costa da Emília-Romana é o 2º menor Estado do mundo (só perde para o Vaticano) e tem menos de 35 mil habitantes; teve 563 casos, com 41 mortos. Ou seja, um índice per capita/100 mil de 121.
A título de comparação, os EUA, que lideram casos e mortes têm índice per capita de 18 para mortes, perde para os 52 da Espanha, os 46 da Itália (2º em mortes no mundo), os 39 do Reino Unido e os 36 da França. Mas o pior desempenho entre as nações de maior expressão na Europa é da Bélgica, que tem 16 milhões de habitantes e registra 66 mortes/1.000. A pequena Andorra, entre França e Espanha, também teve 41 mortes, mas o índice per capita/1.00 foi menor: 53. (GILBERTO MENEZES CÔRTES, gilberto.cortes@jb.com.br)