Corrida por uma vacina contra a covid-19 vira obsessão mundial

Na Universidade de Oxford, na Inglaterra, contará com 2 mil voluntários testados no Brasil e mais de 10 mil no Reino Unido.

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Fonte: CB

Mais de 100 estudos para a descoberta de um elemento imunizador ao novo coronavírus estão em andamento. Brasil participa de grupo na Universidade de Oxford e, dos 224 programas voltados ao desenvolvimento de medicamentos, 130 são contra a covid-19

Mais de 100 estudos para a produção de vacina contra o novo coronavírus estão em andamento no mundo. Dos 224 programas para o desenvolvimento de medicamentos contra todos os tipos de doenças, 130 são voltados para a covid-19, enfermidade que mais mata atualmente. Os dados do relatório A Corrida pela Vida, produzido pela Exame Research, publicado ontem, dão a dimensão da urgência em encontrar a única forma apontada por cientistas até o momento de retomar a rotina existente antes do novo coronavírus.

A alta disseminação e a letalidade do vírus se juntam às crises financeiras vividas por países de todos os continentes. Acelerar o desenvolvimento de uma vacina é a estratégia adotada por governos, empresas e comunidade científica e entidades filantrópicas, que investiram, até o momento, mais de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 99,2 bilhões, segundo o dólar de ontem).

Metade dessa quantia foi financiada por um programa do Congresso dos Estados Unidos. Uma campanha liderada pela União Europeia, que contou com governos de diversos países, é responsável por outros US$ 8 bilhões — o Brasil não aderiu a esta campanha internacional. A Coalizão para a Inovação e a Prevenção de Epidemias (CEPI, na sigla em inglês), fundação formada no Fórum Econômico Mundial de 2015, também entra nessa conta: recebe doações de entidades filantrópicas, entre elas a Fundação Bill & Melinda Gates.

Até hoje, a vacina que levou menos tempo para ser desenvolvida foi contra a caxumba, mas, mesmo assim, levou quatro anos. Essa corrida internacional por um elemento de imunização contra a covid-19 apresenta resultados em tempo recorde. Dos experimentos em andamento, dez já começaram os testes em seres humanos. Uma delas, produzida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, contará com 2 mil voluntários testados no Brasil e mais de 10 mil no Reino Unido.

Pesquisas desenvolvidas pelos EUA e pela China também fazem estudos de antídotos que possam prevenir a covid-19 em seres humanos. Cada um utiliza técnicas diferentes para estimular a produção de anticorpos e imunizar contra o novo coronavírus. A previsão dos pesquisadores é de que, até o fim deste ano, ou em 2021, uma vacina esteja pronta.

Resultados
O grupo farmacêutico britânico AstraZeneca afirmou, ontem, que espera para setembro os resultados sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus em que está trabalhando em Oxford. “Em setembro devemos saber se temos ou não uma vacina eficaz”, disse o diretor-executivo da empresa, Pascal Soriot.

A universidade se associou ao grupo farmacêutico para fabricar e distribuir em todo o mundo a vacina que desenvolve. Os ensaios clínicos com humanos começaram no final de abril no Reino Unido e devem ser realizados este mês no Brasil, que é agora “o epicentro da epidemia”, afirmou Soriot.

 

 

 

 

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