Os incêndios no Pantanal mato-grossense tiveram um aumento de 5,2% em seis dias, conforme dados do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) Prevfogo e do Laboratório de aplicações de satélites ambientais (LASA/UFRJ), divulgados nessa terça-feira (6). O período analisado é do dia 27 de setembro ao dia 3 deste mês.
Até sábado (3), 2.160.000 hectares já haviam sido destruídos no Pantanal mato-grossense. Se somado com a área devastada em Mato Grosso do Sul, esse número chega a 3,9 milhões de hectares.
As queimadas na região duram mais de dois meses. De acordo com o Ibama Prevfogo, a área destruída representa 26% do bioma.
Equipes de vigilância e atenção especial estão monitorando pontos estratégicos do Pantanal para evitar que o fogo avance.
Desde janeiro, o Inpe registrou mais de 17 mil focos de calor no pantanal.
Os números são maiores do que todo o ano de 2019, que registrou 10.025 focos. Um aumento de 74%.
Um levantamento feito pelo Instituto Centro de Vida (ICV) aponta que 33,1 mil focos de calor registrados em Mato Grosso neste ano ocorreram no período proibitivo de queimadas – de julho a setembro –, o que representa 83% do total de registros.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram ainda que registros de chuva no bioma tiveram uma redução de 50% em relação à média histórica. Um dos principais indicadores da forte estiagem é o rio Paraguai, que atingiu o nível mais baixo desde os anos 1960.
O Instituto acredita que a propagação do fogo no estado pode ter origem no uso do fogo para fins agropecuários, quando é utilizado para limpeza ou renovação da pastagem do gado.
De acordo com o governo de Mato Grosso, já foram mais de R$ 22 milhões gastos para o enfrentamento dos incêndios no bioma, com o uso de 40 equipes espalhadas por todo o estado para o combate ao fogo, sete aeronaves, três helicópteros e mais de 2.500 profissionais envolvidos, desde bombeiros militares, voluntários, integrantes da Defesa Civil e do Exército.
O governo já aplicou mais de R$ 190 milhões em multas por uso irregular do fogo e tem endurecido contra os criminosos, sendo que as multas estão sendo levadas para os órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa, além das implicações criminais.