O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, estima que mais de 500 mil aposentados podem passar a ganhar o salário mínimo (R$ 1.100), devido ao reajuste oficializado hoje pelo Ministério da Economia. A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Adriane Bramante, explica que isso ocorre porque o “valor que o aposentado recebe pode não reajustar de forma suficiente, para alcançar um valor superior ao salário mínimo”.
A advogada esclarece que a defasagem acontece a cada ano: “porque o índice, que corrige o salário mínimo, não está atrelado ao mesmo índice que reajusta os benefícios previdenciários. Então, por isso que há esse desencontro de valores em muitos casos”, pontua Bramante.
“Quem ganha salário mínimo, receberá sempre o mínimo. Os segurados que ganham acima do piso acabam tendo um reajuste diferente, e há uma defasagem a cada ano que eles recebem o recurso. Um reajuste maior dos benefícios talvez poderia minimizar a defasagem, conforme o poder de compra dos segurados, mas isso envolve uma série de fatores”, explica Bramante.
Warley Martins explica que o achatamento atrapalha a Economia. “O aposentado vai passar a receber menos, investir menos na Economia. O que o aposentado ganha, ele gasta, porque recebemos muito pouco, então dá apenas para remédios e alimentação”, pondera.
Entenda os reajustes deste ano
Os segurados da Previdência que recebem acima do salário mínimo terão seus benefícios reajustados em 5,45%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O teto dos benefícios pagos pelo INSS passa a ser de R$ 6.433,57 (antes era de R$ 6.101,06).
O piso previdenciário, valor mínimo dos benefícios do INSS (aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte) e das aposentadorias dos aeronautas, será de R$ 1.100,00. O piso é igual ao novo salário mínimo nacional, fixado para o ano de 2021 com reajuste de 5,26%, o que está abaixo da inflação. O Dia
Mais de 500 mil aposentados podem receber salário mínimo, diz presidente da Cobap
Devido ao reajuste anual, salários tendem a reduzir a cada ano; entenda