O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), durante a primeira sessão legislativa da 19ª Legislatura, nesta segunda-feira (04), afirmou, em discurso no Plenário, que as eleições do ano passado deixaram um recado claro de que os moldes e modelos que garantiu a eleição desta legislatura não servem mais para balizar o futuro. “Não sou eu que digo, foram as urnas que disseram”, afirmou. O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, representou o governador Mauro Mendes (DEM) na primeira sessão.
Conforme Botelho, essa é a ‘geração da transição’. “O mundo está mudando. O Brasil entra em outra fase e Mato Grosso precisa de nós para atravessar esta ponte e chegar ao futuro. São tempos difíceis, é verdade, mas ao mesmo tempo muito interessantes e de grande esperança”.
Botelho disse que o País vive um momento de radicalização e intolerância. “Um momento de desgaste, de perda de espaço e de poder de organizações tradicionais e de questionamento às instituições. Com o Parlamento não é diferente, vivemos um momento que pede diálogo e atitude”, disse.
O presidente do Legislativo falou sobre dias difíceis para a economia mundial, nacional e estadual. “Há necessidade de se compreender as mudanças e de prepararmos o nosso país, principalmente o nosso Estado, para termos melhores índices de crescimento e diminuirmos as desigualdades econômicas”.
Sobre a nova gestão do governo de Mato Grosso, com o governador Mauro Mendes (DEM), Botelho disse que o Parlamento deve estar atento às questões locais, sem esquecer as nacionais, uma vez que as decisões políticas e administrativas tomadas em Brasília repercutem diretamente nos estados e nos municípios.
Conforme Botelho, a austeridade do executivo deverá ser seguida e considerada como necessária por todos os órgãos e poderes constituídos. “Temos a responsabilidade de combater a desigualdade crescente deste Estado, seja do ponto de vista pessoal do indivíduo, seja entre os municípios, o que será feito economizando, mas também reajustando a tributação. Quem não paga tem que contribuir, quem paga pouco e lucra muito tem que contribuir mais”, disse.
O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, leu a mensagem do governador. Segundo ele, a nova gestão teve início com o grande desafio de reequilibrar as contas públicas e colocar Mato Grosso no patamar merecido de desenvolvimento.
“Somos um Estado rico, pujante, maior produtor de commodities do País. A realidade é uma só, o Estado está literalmente quebrado. O Estado vem crescendo sua receita, mas as despesas saíram de R$ 4 bilhões em 2003, para R$ 16 bilhões em 2017. Este ano, vamos fechar com um déficit de R$ 1,6 bilhão. A matemática é simples, o Estado está literalmente quebrado”, disse, recordando que em cima desse valor tem que acrescer R$ 3,9 bilhões de restos a pagar deixados pela gestão passada.
O chefe da Casa Civil disse que o governo trabalha com o objetivo de reverter essa situação de desequilíbrio e descontrole das despesas. “Não há espaço para serem criadas ilhas de super salários no Estado. Não há como comportar isso e a sociedade cobra soluções. Demos o primeiro passo com o apoio da Assembleia Legislativa. Aprovamos cinco projetos que irão contribuir para estancar o crescimento da máquina pública e instaurar o controle fiscal”, disse.
Segundo ele, outros projetos para garantir o equilíbrio serão enviados para a ALMT. “O Estado está quebrado, mas Mato Grosso não está. Nenhuma prefeitura está com salário atrasado. Não podemos espelhar o caos aos municípios e por isso não haverá pedaladas nas contas do governo, o que é de direito dos municípios será repassado. O Legislativo e o Judiciário além do Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública já receberam o duodécimo referente ao mês de janeiro. Vamos respeitar a independência entre os poderes. Todos, sem exceção, precisam dar a sua parcela de contribuição. Se trabalharmos muito vamos reerguer este Estado”, destacou Carvalho durante leitura da mensagem do governador Mauro Mendes.