Mato Grosso zera fila de espera por leitos públicos de UTI

Epidemiologista alerta que, mesmo diante da situação de melhora, é importante manter as medidas de biossegurança e distanciamento social; taxa de ocupação dos leitos de Terapia Intensiva está em 93% pelo SUS

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Mato Grosso zerou a fila de espera por leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19, conforme Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (22.04).

O Estado registrava filas há cerca de 50 dias e chegou a ter mais de 200 pessoas em espera por tratamento intensivo, porém a ação intensa do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) e em parceria com as prefeituras, garantiu a abertura de 104 leitos de UTI entre os meses de março e abril, o que provocou a redução do número de pacientes em espera por leito.

No dia 12 de abril, o Painel Interativo Covid-19 apontava que 85 pessoas esperavam por um leito intensivo. Na segunda-feira (19.04), o número já era de 33 e reduziu para zero nesta quinta-feira.

O epidemiologista e secretário adjunto de Vigilância à Saúde, Juliano Melo, reforça, no entanto, que o cenário de ocupação hospitalar ainda é crítico e que as medidas preventivas precisam continuar a ser seguidas.

“É perceptível que os indicadores caíram nos últimos 14 dias e isso é positivo, mas precisamos reforçar que ainda estamos registrando altos números de infectados e hospitalização. É essencial que as medidas de prevenção sejam seguidas”, enfatizou o gestor.

A análise dos dados epidemiológicos ainda aponta para a tendência de queda nas taxas de ocupação hospitalar, do número de pessoas infectadas por dia e de óbitos por Covid-19.

Nos últimos 14 dias, a ocupação hospitalar caiu de 97% para 93% em UTIs e de 58% para 51% em enfermarias. Nesta semana, houve a redução de cerca de 20% no número total de óbitos, em comparação à semana anterior.

Contudo, os dados variam de acordo com o cenário da pandemia e com a circulação de novas variantes, visto que os indicadores estão diretamente associados ao comportamento da população em relação ao vírus.

A intensificação da imunização também pode ter contribuído para a tendência de queda das taxas de contaminação, mas o epidemiologista pontua que o comportamento do vírus segue um padrão cíclico – por isso a importância do distanciamento social e das medidas de biossegurança.

“A vacinação pode ter influenciado neste cenário, mas tudo indica que estamos iniciando a fase de desaceleração do ciclo atual epidêmico. É preciso cautela por parte da população, pois ciclos infecciosos são naturais para o vírus e suas mutações. É imprescindível que a imunização esteja aliada às demais medidas de prevenção, para que ela tenha uma efetividade maior e impacte a transmissibilidade do vírus”, concluiu.

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