Os traficantes presos na Operação Grão Branco, deflagrada nesta quinta-feira (6) pela Polícia Federal em 9 estados, ostentavam uma vida de luxo. Entre os bens apreendidos estão dinheiro em espécie, relógios caros e carros de alto valor.
A operação tem como alvos 38 pessoas que participavam de uma rede de tráfico de drogas internacional. A cocaína era enviada da Bolívia para o Brasil por aeronaves de pequeno porte, que desembarcavam o produto em pistas clandestinas.
Um desses aviões foi apreendido em agosto de 2020 em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), com 450 quilos de cocaína. A ação teve a participação da Força Aérea Brasileira, que forçou o pouso da aeronave.
Nos locais alvos de busca e apreensão foram encontrados carros como Hillux e um Honda Civic. Um dos alvos teve 12 relógios de luxo apreendidos, já que a Justiça também determinou o sequestro de bens das 103 pessoas investigadas.
O líder do grupo criminoso morava em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e foi preso em 2020 após ser expulso do país vizinho. A casa dele em terras bolivianas era uma mansão de alto padrão, que também foi alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira.
Entre os bens apreendidos estão 10 aeronaves que eram utilizadas para o transporte da droga. Um dos hangares foi localizado em São José do Rio Preto (SP), com dois aviões escondidos.
O comandante do tráfico internacional investigado na Operação Federal Grão Branco morava em condomínio de luxo, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e já havia sido preso e condenado por comércio de entorpecente no Brasil, anos atrás. Ele foi preso novamente nesta quinta-feira (6), no Brasil. Familiares e funcionários que atuavam na quadrilha criminosa também foram detidos.
A casa de alto padrão foi apenas um dos lugares utilizados pela quadrilha. Um vídeo da Polícia Federal mostra a fachada do local, onde o cabeça da quadrilha vivia com luxo. No Brasil, os integrantes também viviam em casa de alto padrão, com carros caros e ostentavam joias e até relógios de ouro.
Um dos detidos no Brasil é Eduardo Santos Pereira, representante comercial de uma empresa de telefonia, que foi flagrado com arma de fogo.
Segundo informações fornecidas pela Polícia Federal, do exterior o líder controlava as aeronaves que vinham com a droga para o Brasil e os caminhões que destinavam o produto até o ponto final, geralmente em São Paulo.
Os criminosos usavam pistas clandestinas para pouso de decolagem com drogas em Mato Grosso.
“A gente conseguiu identificar não só ele, mas familiares que davam apoio para a atividade aqui no Brasil. Inclusive pessoas, em São Paulo, que tinham sido presas com ele em ocasião anterior”, informou delegado Adair Gregório.
A investigação apurou que os pilotos presos não traziam a droga só do país vizinhos para Mato Grosso, mas também dentro do Brasil. Geralmente, a droga de Mato Grosso era levada aos destinos em meio a cargas de grão.
Aviões usados por quadrilha de tráfico internacional de drogas eram comprados com dinheiro vivo e em nome de pessoas pobres, que não tinha relação com as atividades ilícitas. A Polícia Federal informou que 140 pessoas são investigadas por envolvimento do comércio internacional de entorpecentes, que vinham da Bolívia, passavam pelo Brasil e seguiam para o exterior.
Conforme divulgado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, as aeronaves tinham até seguro em nome dos falsos proprietários. Essas pessoas moravam na periferia da cidade de São Paulo, interior de São Paulo, Porto Velho (RO) e Teresina (PI).
Ao todo, 140 pessoas são investigadas por envolvimento na quadrilha e tiveram os bens sequestrados.
As investigações começaram em 2019, com a apreensão de 495 quilos de cocaína em Nova Lacerda (546 km a oeste de Cuiabá).