Dentistas da Prefeitura de Cuiabá são afastados por esquema de “rachadinha”

Profissionais da Secretaria de Saúde são investigados pelos crimes de associação criminosa

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Polícia Civil deflagrou nesta terça (11) a Operação Autofagia, contra um grupo de servidores da Secretaria de Saúde de Cuiabá suspeitos de um esquema conhecido como “rachadinha”.

Três dentistas foram afastados de seus cargos por decisão do juízo da 7ª Vara Especializada contra o Crime Organizado.

A operação ainda cumpre cinco mandados de busca e apreensão. As buscas são realizadas nas residências dos servidores investigados.

Conforme as investigações realizadas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), o coordenador de Saúde Bucal da Secretaria de Saúde de Cuiabá,Renei Lara da Silva, facilitava a transferência de servidores da área para unidades onde estes receberiam subsídios maiores.

Em seguida, junto a outros dois dentistas, também ligados à mesma coordenadoria, passavam a pressionar e ameaçar os servidores transferidos para que estes devolvessem parte dos subsídios recebidos a título de salário.

Até o momento foram identificadas cinco vítimas do trio de dentistas, mas é possível que este número seja maior, conforme as apurações avancem.

Associação criminosa e concussão

Quando as investigações foram iniciadas pela Deccor, os profissionais foram afastados de suas funções. Contudo, o dentista que atuava como coordenador de Saúde Bucal de Cuiabá estaria auxiliando no plano de imunização contra a Covid-19, o que reforçou a necessidade de afastamento judicial do cargo e proibição de acesso à Secretaria de Saúde do município.

As investigações, que tiveram início em dezembro do ano passado, seguem para apurar se há outras vítimas, assim como analisar o material apreendido.

Os suspeitos responderão pelos crimes de associação criminosa e concussão (Artigo 316 do CP), que caracteriza a conduta de funcionário público quando exige vantagem indevida para si ou para terceiros, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, porém, em razão de tal função.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde afirmou que instaurou procedimento e formou uma comissão técnica para produzir um relatório, cujas informações foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual, em fevereiro deste ano.

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