Verde Transportes faturou R$ 409 milhões em cinco anos

No período avaliado, licitação poderia ter permitido a cobrança de preços mais baixos nas passagens

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O monopólio do transporte intermunicipal em Mato Grosso, investigado na Operação Rota Final, teria permitido que a empresa Verde Transportes, pertentence ao empresário Eder Pinheiro, faturasse R$ 409 milhões somente com passagens entre 2013 e 2017.

A informação consta na decisão do desembargador Marcos Machado, do Tribunal de Justiça, que determinou a prisão do empresário durante a 3ª fase da ação, deflagrada na última semana. Pinheiro encontra-se foragido.

O empresário é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como líder do esquema e principal responsável por manter o monopólio do transporte intermunicipal no Estado, através de pagamentos de propinas a agentes públicos e constituição de empresas “laranjas”.

Conforme a decisão, o faturamento das empresas do Grupo Verde, entre os anos de 2013 e 2017, teria atingido R$  R$ 409.374.876,00 somente com receitas de passagens.

Conforme a decisão, os preços reais de mercado seriam substancialmente menores do que os até então praticados pelas empresas do Grupo Verde.

Os investigadores afirmaram que o valor das passagens do trecho de Cuiabá-Sinop após a licitação emergencial, abaixou 49,66%.

O caso

A Operação Rota Final foi deflagrada por agentes do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), ambos do Ministério Público Estadual.

Além de Eder Pinheiro, também foram alvos da ação o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros de Mato Grosso (Setromat), Júlio Cesar de Sales Lima, o ex-deputado estadual Pedro Satélite, o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco e a assessora parlamentar Cristiane Cordeiro.

Foi cumprida, ainda, ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões.

O montante abrange vários imóveis, dois aviões, vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.

A investigação, iniciada na Polícia Civil, foi encaminhada Gaeco em meados de 2019.

O inquérito policial possui 47 volumes de elementos de informações. Mais de 20 pessoas são investigadas.

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