m mais de seis horas de depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (25), a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, defendeu por diversas vezes o uso da cloroquina e admitiu que o Ministério da Saúde orientou o uso do medicamento no combate ao coronavírus.
A cloroquina, tradicionalmente usada em casos de malária, já teve a ineficácia para tratamento de Covid cientificamente comprovada. Entidades médicas, entre as quais a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Infectologia, desaconselham a adoção do medicamento.
Mayra Pinheiro, que é pediatra, fez críticas à OMS, dizendo que a organização já fez recomendações “condenáveis” e “falhas”. Segundo ela, os países – e o Brasil – não são obrigados a seguir as orientações da entidade
ara o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a secretária entrou em contradição e mentiu à comissão. Mayra Pinheiro reagiu ao ser acusada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) de ter mentido. “Eu peço respeito. Está me acusando de mentirosa, me respeite, senador”, afirmou.
À frente da Secretaria de Gestão do Trabalho, Mayra Pinheiro é responsável pela qualificação e capacitação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o depoimento, ela se disse favorável a medidas de prevenção ao coronavírus, como o uso de máscaras e a vacina, e contrária à chamada imunidade de rebanho (vídeo abaixo). Ela criticou o “lockdown” e defendeu a reabertura de escolas.
A secretária defendeu a autonomia médica e o “livre arbítrio” dos profissionais e de seus pacientes durante os tratamentos. A posição da secretária foi criticada por senadores.
“A senhora é médica e sabe que essa autonomia médica tem um limite. Esse limite passa pela bioética, passa pela vida. Infelizmente, a senhora está prestando um desserviço no Brasil no momento tão grave que nós estamos realmente enfrentando que é o período de pandemia”, afirmou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
“Essa insistência de permanecer no erro não é virtude, doutora, é defeito de personalidade. Não é da senhora, não, eu estou me referindo até ao presidente da República. Eu digo sempre que os homens erram e os grandes homens – ou as grandes mulheres – reconhecem e corrigem os seus erros, para não começarem a errar permanentemente e matar as pessoas”, disse o senador Otto Alencar (PSD-BA).