Jayme Campos e Fagundes se beneficiam de orçamento secreto de Bolsonaro por alinhamento político

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Os senadores Jayme Campos (DEM) e Wellington Fagundes (PL), constam na lista de parlamentares que foram beneficiados pelo chamado ‘orçamento secreto’, que destinou mais de R$ 3 bilhões em emendas para aliados do governo Jair Bolsonaro no Congresso em troca de um possível apoio.

Ambos teriam se beneficiados de recursos oriundos do Ministério da Defesa para Mato Grosso. Os novos documentos que vieram à tona estão inclusos na resposta do governo Bolsonaro ao Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga possíveis irregularidades no orçamento secreto de 2020.

O jornal O Estado de São Paulo divulgou que outros ministérios também empenharam o orçamento secreto, oficialmente conhecido como emendas de relator-geral, de sigla ‘RP 9’.

Para o TCU, essas emendas seriam incompatíveis com a Constituição. “A distribuição de emendas parlamentares por dezenas de ofícios e planilhas não se demonstra compatível com o arcabouço jurídico-constitucional”, diz relatório da equipe do TCU.

Foram divulgados prints de conversa de assessores de parlamentares pressionando servidores dos ministérios para liberarem o recurso.

O senador Jayme Campos admitiu que foi beneficiado com o recurso, porém, alega que os recursos não são secretos e que as emendas não foram para garantir o apoio ao governo no Congresso Nacional.

“Isso é um absurdo. Não existe nada de secreto ou que isso foi liberado para comprar apoio. Mas, como parlamentar, o nosso objetivo é levar recursos para o nosso Estado. Ou então o que estou fazendo aqui, se não pedir dinheiro para o meu Estado?”, questionou Campos à reportagem.

Segundo ele, os recursos do Ministério da Defesa serviram para comprar três caminhões a serem utilizados pelo Corpo de Bombeiros, que instalará um base no município de Poconé.

“A gente sempre buscar levar recurso para o nosso Estado. Esse é o papel de um parlamentar. Agora dizer que isso é secreto ou que é para comprar os parlamentares, é balela. Uma verdadeira fake news”, reclamou.

Documentos demonstram que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), direcionou recursos para o governo de Mato Grosso comprar 6 carretas agrícolas, com preço total de R$ 138 mil.

Em nota, o senador Wellington Fagundes diz que o Estado, “como um dos que mais se desenvolvem no país, exige investimentos ainda maiores para continuar dando respostas positivas ao Brasil tanto no campo econômico como social porque o grande objetivo é a melhoria da vida da nossa população”. E diz que as emendas são revertidas em favor do crescimento do Estado, com ações diretas por uma melhor infraestrutura e no desenvolvimento social.

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