Empresário assassinado usava 9 nomes e respondia a 40 processos

Somente pelo crime de corrupção ativa há forte indícios da participação em 20 vezes.

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Por: A Gazeta

Empresário executado por pistoleiro na noite do último sábado (9), Wagner Florêncio Pimentel, 47, usava pelo menos nove nomes falsos e respondia a mais de 40 processos. Um dos nomes utilizados era Wagner Fernandes Kieling, com o qual foi preso em dezembro de 2017 na operação “Crédito Podre”.

O empresário é considerado líder de uma organização criminosa que sonegava impostos e estava respondendo pelo crime com monitoramento eletrônico. Uma das possibilidades, que será inclusive investigada por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa, é que o crime seja uma “queima de arquivo”.

Segundo denúncia da operação “Crédito Podre”, Pimentel é era sócio de uma empresa de onde eram emitidas as notas fraudulentas. Ele aparece com a responsabilidade da gestão de toda a organização criminosa. Teria participação em todas as empresas que integram a organização, quer pela emissão de notas ou pagamentos. Somente pelo crime de corrupção ativa há forte indícios da participação em 20 vezes. Além dos crimes de lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica. E ainda, de compor organização criminosa constituída com objeto de fraudar licitações.

Pesquisa feita no site do Tribunal de Justiça aponta que Wagner respondia a pelo menos 40 processos, a maior parte deles por corrupção ativa. Num dos processos, de Várzea Grande, Wagner teria falsificado recibo para constar pagamento de um serviço. “O denunciado possui péssimos antecedentes criminais, conforme comprovam anexas informações extraídas do site oficial do TJ/MT”, destaca trecho da ação.

O crime ocorreu no bairro Jardim das Américas quando o empresário seguia para casa. Imagens das câmeras de segurança mostram o momento em que o criminoso, em uma moto, se aproxima e faz os disparos.

Ontem o deputado estadual Wilson Santos esteve na Secretaria de Estado de Segurança Pública para solicitar que o crime também seja objeto de investigação da CPI da sonegação e renúncia fiscal. Para o deputado, trata-se de queima de arquivo. Segundo a Sesp, a pasta deve colaborar com informações que possam ajudar a CPI.

O objetivo é também que a CPI tenha acesso às investigações. “Wagner é alguém que está envolvido até o pescoço com a sonegação no Estado. Segundo informações ele entrega meio mundo dos poderosos. A viúva pretende encaminhar documentos e continuar a delação do ex-marido”, diz.

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