Mesmo depois de ter manifestado que a Aprosoja não participaria dos atos previstos para este Sete de Setembro, a Polícia Federal cumpre, na tarde desta segunda-feira (6), mandados de busca e apreensão na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), em Cuiabá. De acordo com informações preliminares, duas viaturas estão no local recolhendo documentos na instituição.
Hoje pela manhã, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que está sendo ameaçado de morte por um professor conhecido como Marcinho, o ministro atendeu o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), e determinou o bloqueio das contas da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e da Aprosoja de Mato Grosso. Na mesma decisão, determinou o cumprimento dos mandados.
Nesta decisão, a desconfiança da PGR é de que recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) estejam sendo utilizados para financiar as manifestações. Somente do Fethab, aAprosoja Mato Grosso recebe cerca de R$ 100 milhões por ano.
ATOS CONTRA A DEMOCRACIA
Desde o início das investigações sobre os atos de 7 de Setembro – classificados por muitos como antidemocráticos – a Aprosoja surge no “olho do furacão”. O ex-presidente da Aprosoja Mato Grosso e atual presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, é investigado como um dos possíveis financiadores das manifestações em defesa do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
No final do mês passado, Antônio Galvan foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência, em Sinop (500 km de Cuiabá). Agentes da Polícia Federal estiveram no local cumprindo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga eventual crime de incitação popular para a prática de atos violentos contra a democracia e membros dos Poderes.
O ruralista tem feito inúmeras críticas ao STF e está organizando protestos contra o STF no dia 7 de Setembro. Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis são os principais alvos. Agentes da Polícia Federal (PF) foram a 29 endereços no Distrito Federal (1), além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).
“O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”, afirmou a PF, em nota.
Mesmo sendo alvo de investigação, Galvan seguiu com críticas ao Supremo.