A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Cuiabá deflagraram nesta quinta (21) a segunda fase da Operação Data Leak, que apura o comércio ilícito de bases de dados públicas sigilosas da DataPrev, Siape, Prefeituras e Exército.
Os policiais cumpriram simultaneamente 5 mandados de prisão temporária e 10 de buscas e apreensões nas capitais dos estados de Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Um dos mandados de prisão se refere a funcionário da DataPrev do Rio de Janeiro suspeito de prática de corrupção, violação de sigilo funcional e vazamento de dados sigilosos.
Na primeira fase dos trabalhos, ocorrida no dia 11 de dezembro de 2018, foram cumpridos outros 7 mandados de prisão temporária e 9 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 5a Vara Federal de Cuiabá.
O nome Data Leak faz referência ao vazamento de dados sigilosos que chegam ao poder de pessoas que praticam o comércio clandestino de informações financeiras e pessoais sigilosas de funcionários públicos e segurados do INSS.
Os receptadores dos dados, por sua vez, comercializam as informações com escritórios de advocacia, contabilidade, financeiras e empresas de cobrança, dentre outras, auferindo expressivos lucros na transação.
A Polícia Federal apurou que essas empresas chegam a faturar mais de R$ 2 milhões por mês com o comércio dos dados públicos sigilosos. O Ministério Público Federal pretende obter o sequestro de bens que superam o valor de 10 milhões de reais. Na primeira fase foram apreendidos vários veículos de luxo pertencentes aos investigados.
Os investigados estão sendo indiciados e responderão criminalmente por vazamento e receptação de dados públicos sigilosos, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e participação em organização criminosa.