A Operação SOS Jamanxim da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta quarta (6), cumpre quatro mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão no Pará, Mato Grosso e Santa Catarina. As investigações envolvem desmatamento ilegal na Floresta nacional do Jamanxim, em Novo Progresso, sudoeste do Pará. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Segundo a PF, a Justiça Federal em Itaituba, também no sudoeste do Pará, ainda decretou bloqueio de bens até R$ 310.884.869,19 de alvos da operação, valor que deve ser usado para reparação do dano ambiental, conforme quantificado em laudos periciais.
Um veículo está entre os bens apreendidos. Até o fim do dia, a PF deve divulgar o balanço das apreensões.
São 60 policiais federais envolvidos na operação de combate ao desmatamento na unidade de conservação, que possui área total equivalente a 1.300.000 hectares. Desde a criação, em fevereiro de 2006, a floresta acumula mais de 160 mil hectares de floresta devastada.
O nome da operação faz alusão à área da Unidade de Conservação.
Modalidade de desmatamento
De acordo com a PF, a modalidade de desmatamento praticada na área é o corte raso, considerada a mais danosa à natureza, pois remove totalmente qualquer forma de cobertura vegetal para plantio de pasto e criação de gado.
O modus operandi dos criminosos é sempre o mesmo: invasão de terras públicas da União; corte seletivo da madeira economicamente viável; e depois depredação de toda a vegetação, inclusive, com uso de fogo, para plantio de pasto e criação de gado, ainda segundo a PF.
Os crimes investigados são de associação criminosa, desmatamento em terras públicas, usurpação de terras públicas, produção e uso de documentos falsos. Todos os crimes estão descritos no Código Penal Brasileiro e na Lei Ambiental, com penas previstas superiores a 20 anos de prisão.