A Polícia Federal de Mato Grosso prendeu, na manhã desta quinta-feira (28), o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva. Ele passou 45 dias à frente da Pasta, entre junho e julho deste ano, na gestão Emanuel Pinheiro.
Até o momento, dois foram presos: o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, e o sócio dele, o empresário Paulo Roberto de Souza Jamur. Ele foi detido em Curitiba, onde policiais apreenderam veículos de luxo que estão em nomes de terceiros.
Agentes da PF dão cumprimento a outras ordens de prisão e busca e apreensão no âmbito da segunda fase da Operação Curare, denominada Cupincha. A primeira fase foi deflagrada em julho deste ano e chegou a afastar Célio do cargo. Ele posteriormente foi exonerado.
Ao todo, serão cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e nas cidades de Cuiabá e Curitiba (PR), além da efetivação de três prisões preventivas e de medidas de sequestro de bens, direitos e valores.
No entanto, um dos alvos da PF em Cuiabá não foi localizado, e já é considerado foragido.
Um dos alvos de busca e apreensão é a sede da Cervejaria Cuyabana, em Várzea Grande. Em Curitiba, uma pessoa foi presa e a PF apreendeu dois veículos SUV que estavam em nome de terceiros.
A operação visa desarticular uma organização criminosa investigada pelo envolvimento em fraudes a contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório”, em ambos os casos sem licitação.
A segunda fase tem por objetivo a realização de diligências investigativas ostensivas, bem como de identificação e de constrição patrimonial, em decorrência de atos de corrupção e lavagem de capitais. As irregularidades envolvem o desvio de recursos públicos destinados à saúde.
Como se apurou na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.