Articulação do PL para filiar Bolsonaro envolve apoio ao PP por comando da Câmara em 2023

Objetivo dos principais partidos do centrão é manter o comando da Câmara para garantir poder e influência junto ao Executivo, independentemente do presidente que se eleger em 2022.

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10/06/2021 REUTERS/Adriano Machado

Além de mexer no tabuleiro eleitoral de 2022, o casamento do PL com o presidente Jair Bolsonaro, que decidiu se filiar ao partido, mira a manutenção do poder do centrão no comando da Câmara dos Deputados nos próximos anos.

Segundo fontes ouvidas pelo blog, Valdemar Costa Neto, que comanda o PL, já sinalizou a caciques do PP que seu partido deve apoiar a legenda na próxima disputa pela presidência da Câmara, em 2023.

A ideia dos principais partidos do centrão – como PL e PP – é se organizar para manter o comando da Câmara dos Deputados nos próximos anos, o que garantirá poder e influência ao grupo junto ao Executivo, independentemente do presidente que se eleger em 2022. Cabe ao presidente da Câmara, entre outras funções, pautar matérias econômicas e decidir, por exemplo, a respeito de abertura de processo de impeachment.

Se o acordo articulado for cumprido, o PP, que perdeu a disputa nos bastidores pela filiação do presidente, levará a indicação do vice de Bolsonaro em 2022 e o apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) em 2023 à presidência da Câmara.

Nesse desenho, PL e Republicanos fariam um rodízio para indicar candidatos para disputar o comando da Casa nos anos seguintes.

Nos bastidores, Lira, quando perguntado a respeito disso, diz a interlocutores que a discussão está “muito longe”, mas lembra que o PL, junto com o PSD, foi o primeiro a declarar apoio à sua eleição à presidência da Câmara em 2020.

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