A Secretaria de Educação de Mato Grosso disse que não vai atender ao pedido do Ministério da Educação para a leitura de uma carta do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, seguida da execução do Hino Nacional, e gravação de vídeo das crianças durante o ato, nas escolas. A medida gerou polêmica.
A Seduc informou não ter sido comunicada oficialmente, mas que se posiciona contrária porque a preocupação com o sistema de ensino deveria ser outro.Para a pasta, a medida deveria ser discutida com a comunidade escolar antes de ser adotada, pois a forma com que está sendo imposta vai contra os princípios da democracia e desrespeita a autonomia das escolas.
Conforme a secretaria, em Mato Grosso, as escolas já trabalham, no âmbito do projeto político pedagógico, questões relacionadas à ética, cidadania e civismo e cantar o hino nacional é uma prática que faz parte da rotina escolar, principalmente no início do ano letivo durante a acolhida aos alunos, mas isso é feito de forma espontânea e sem imposição alguma.
“A Seduc deixa claro que não permitirá a gravação de vídeos com alunos no ambiente escolar e nem mesmo a leitura de cartas que pregam ideologia político-partidárias”, diz, em trecho da nota.
Comunicado
O MEC enviou um comunicado para diretores de escolas do país pedindo que os alunos ficassem em fila para a execução do hino nacional e a leitura de uma carta do ministro, que se encerra com o slogan da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PSL): “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.
O MEC pede, ainda, que o momento seja filmado e o arquivo de vídeo, enviado ao governo.
De acordo com o ministério, a carta do ministro tem a seguinte mensagem:
“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
Em nota divulgada na segunda-feira (25) em seu site, o MEC ressaltou que o comunicado enviado às escolas apresenta um “pedido de cumprimento voluntário”. A pasta afirmou que “a atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais”.