Um dos alvos da Operação Fake News, deflagrada nesta terça-feira (14) pela Polícia Civil, o ex-servidor da Prefeitura de Cuiabá Luiz Augusto Vieira Silva foi processado, em 2018, pelo ex-vereador Felipe Wellaton, por disseminação de fake news.
A ação por danos morais resultou na condenação do assessor de Emanuel Pinheiro (MDB), que foi obrigado a pagar indenização de R$ 10 mil ao ex-vereador. A decisão é assinada pelo juiz Antônio Veloso Peleja Júnior, do 3º Juizado Especial Cível de Cuiabá.
Guto, como é conhecido, foi lotado na Secretaria Municipal de Comunicação, tendo recebido salário de R$ 4.063,60 entre março de 2018 e agosto de 2020, quando ocupava o cargo de assessor técnico.
Na sequência, entre agosto de 2020 e novembro deste ano, ele passou a ocupar a função de assessor especial, com salário de R$ 8.399,88 e “mensalinho” de R$ 900.
No total, a soma das remunerações do período em que atuou na Prefeitura ultrapassa os R$ 256 mil.
Conforme dados do Portal Transparência da Prefeitura de Cuiabá, ele foi exonerado no dia 10 de novembro deste ano.
Nas redes sociais, Guto revela proximidade com Emanuel e sua família, postando várias fotos em diferentes ocasiões.
A Polícia Civil apontou que os alvos têm divulgado há pelo menos um ano, de modo reiterado, falsas notícias e conteúdo de caráter criminoso contra empresários, servidores e agentes públicos de Mato Grosso, entre eles o governador Mauro Mendes (DEM), a primeira-dama Virginia Mendes e o secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho.
Na página de Luiz Augusto no Facebook, por exemplo, é possível encontrar postagens contra Mendes, além de fotos e reiteradas manifestações de apoio ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Operação Fake News
Além de Guto, foram alvos da operação comandada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) o também ex-servidor William Sidney Araújo de Moraes e o irmão do prefeito Emanuel Pinheiro, Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliares em Cuiabá, sendo um deles na Prefeitura Municipal de Cuiabá.
O trio, conforme a polícia, realizava ataques ofensivos e/ou propalava fakes news, aparentemente previamente ajustados, com as suas identidades expostas ou veladas (por meio de números cadastrados fraudulentamente em nome de terceiros), através das redes sociais divulgando montagens de fotografias e vídeos.
Além de falsas notícias que atingem as figuras públicas já citadas, também eram vítimas vereadores municipais e empresários, detetives particulares, o delegado-geral da Polícia Civil Mário Dermeval e outros delegados.
Segundo as investigações, também foram alvos do trio o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Jonildo José Assis, e outros oficiais.