Por: RDNews
ex-governador Pedro Taques (PSDB) passa a ser investigado pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá por suposto envolvimento esquema de grampos que funcionou entre 2014 e 2015, no governo de Mato Grosso. O processo que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi remetido à primeira instância após decisão do ministro Mauro Campbell, que declinou da competência de investigar o caso, uma vez que o tucano perdeu o foro por prerrogativa de função ao deixar o comando do Palácio Paiaguás.
O pedido para que o inquérito deixasse de tramitar no STJ foi feito pelo Ministério Público Federal e atendido em decisão proferida em 12 de março. Toda a investigação está em segredo de Justiça.
Na mesma decisão, Campbell ainda pondera que após o desmembramento da investigação, em dezembro do ano passado, o MPF averiguou que alguns autos citavam supostas infrações penais eventualmente praticadas por promotores de Justiça e magistrados. Por conta disso, o ministro determinou que tais investigações fossem remetidas ao procurador-geral de Justiça José Antonio Borges, e ao corregedor-geral do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Ferreira da Silva. Eles devem dar continuidade das apurações para saber de quem é a competência de investigar a conduta dos citados – que não tiveram nomes divulgados.
Os inquéritos já remetidos à 7ª Vara envolvem: Paulo Taques (ex-secretário da Casa Civil e primo do governador),Rogers Jarbas (delegado, ex-secretário da Sesp), Gerson Corrêa Júnior (cabo da PM, suposto operador da central clandestina de escutas), Michel Ferronato, major da PM, ex-assessor de Rogers Jarbas na Sesp), Evandro Lesco (coronel da PM, ex-chefe da Casa Militar), Airton Siqueira (coronel da PM, ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos), Zaqueu Barbosa (coronel, ex-comandante da PM), Januário Batista (tenente-coronel da PM), Ronelson Barros (coronel da PM, ex-secretário-adjunto da Casa Mlitar), Helen Christy Carvalho Dias Lesco (personal trainer e mulher de Evandro Lesco), João Ricardo Soler (sargento da PM), José Marilson (empresário), Euclides Luiz Torezan (cabo da PM).
Na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar já tramita uma ação para apurar o suposto envolvimento de militares no caso. O processo está em fase de alegações finais. O Ministério Público Estadual (MPE) pediu a condenação de Gerson, Lesco e do ex-comandante-geral da Polícia Militar coronel Zaqueu Barbosa, apontado como líder entre os PMs. Também foi pedida a absolvição do coronel Ronelson Jorge de Barros e do tenente-coronel Januário Antonio Edwiges Batista. Em julho, o juiz Marcos Faleiros irá realizar novo depoimento a alguns dos réus, como de Lesco e Gerson, que podem firmar acordo de colaboração premiada (delação).