Quase 30% das queimadas da Amazônia Legal aconteceram em Mato Grosso

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Desmatamento e queimadas na Amazônia: Moratória de 05 anos.

Área equivalente a quase 2 vezes o estado de Sergipe foi atingida pelo fogo na Amazônia Legal, de janeiro até 7 de agosto de 2022. A análise é do Instituto Centro de Vida (ICV), elaborada com base em dados da plataforma Global Fire Emission Database (GFED/NASA).

O número estimado é de 3,7 milhões de hectares queimados, o que corresponde também a 25 vezes o município de São Paulo. Deste total, mais da metade, 1,9 milhões de hectares, foi atingida durante o período proibitivo do fogo no âmbito federal, que teve início em 23 de junho.

O coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, Vinicius Silgueiro, explicou que os dados disponibilizados pela plataforma foram caracterizados de acordo com biomas e categorias fundiárias dos municípios.

“Essa análise de dados é importante porque dá uma dimensão total de áreas atingidas pelo fogo, tanto na Amazônia Legal, como em uma caracterização mais detalhada que a gente fez para Mato Grosso, o estado mais afetado pelo fogo. Essas informações servem para entender quais as áreas mais impactadas, e assim direcionar políticas e ações de prevenção e combate aos incêndios florestais”, disse.

A análise, ainda, identificou que 1 em cada 5 hectares queimados na Amazônia Legal neste ano foram em áreas recentemente desmatadas, como é o exemplo do incêndio florestal ocorrido nesse mês de agosto no Parque Estadual Cristalino II, no município de Novo Mundo (MT).

Em Mato Grosso

Quase 30% das queimadas da Amazônia Legal aconteceram em Mato Grosso, o que corresponde a 1 milhão de hectares atingidos pelo fogo no estado durante o período analisado. Em comparação com o ano anterior, foi registrado um aumento de 6%.

Desse total no estado, 60% das ocorrências foram no bioma Amazônia (618,6 mil ha), seguido pelo Cerrado com 39% (404,3 mil ha) e o Pantanal com 1% (6 mil ha).

Cinco municípios representam 21% do total de áreas atingidas pelo fogo no estado. São eles: Tangará da Serra (64 mil ha), Paranatinga (47,6 mil ha), Colniza (41,5 mil ha), São Félix do Araguaia (33,2 mil ha) e Marcelândia (31,6 mil ha).

Os imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) foram responsáveis por 59% das áreas queimadas (607,2 mil ha), seguido pelas terras indígenas (230,5 mil ha) e pelas áreas não cadastradas (100 mil ha).

Em terras indígenas, a maior área afetada por incêndios foi a TI Paresi, com 61,7 mil hectares queimados. Em seguida, aparecem a TI Parabubure, com 39,4 mil hectares atingidos, e a TI Parque do Xingu, com 28,7 mil hectares.

Com relação as unidades de conservação de proteção integral e domínio público, atualização feita com base em imagens do satélite Sentinel-2 evidencia que quase 4 mil hectares do Parque Estadual Cristalino 2 foram afetados pelo fogo.

Situação grave também é da Estação Ecológica do Rio Roosevelt, em que 1 mil hectares foram queimados. Já nas unidades de conservação de uso sustentável, a mais atingida foi a Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt, com 5,1 mil.

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