O ex-governador Pedro Taques foi indicado por fazer insinuações contra o promotor de Justiça Mauro Zaque no âmbito da “Grampolândia Pantaneira” nesta terça-feira (27).
Conforme noticiado pela reportagem, após ser apontado como mandante da instalação de escutas ilegais, o ex-governador disparou críticas ao Ministério Público e, em especial, ao promotor de Justiça.
À época, Taques apontou que Zaque encaminhou a denúncia à Procuradoria-geral da República ocorreu supostamente pelo fato de o então governador ter negado nomear José Antônio Borges como chefe do MPMT em 2017.
Após encerramento do inquérito policial pela Força-Tarefa que apura a Grampolândia, nesta terça-feira (27), indiciamento foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
“Ao final, restou o investigado indiciado no crime de denunciação caluniosa e também pelo de Obstrução de Justiça, crime previsto no art 2° parágrafo único da Lei 12850/2013”, narra trecho do documento que a reportagem teve acesso.
Relembre o escândalo dos grampos
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em maio de 2017, revelou que a Polícia Militar de Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas não investigadas por crimes.
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaina Riva (MDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles seriam apenas alguns dos “monitorados”.
O esquema já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. As investigações revelaram que os coordenadores jurídicos das campanhas adversárias do ex-governador Pedro Taques, em 2014, foram alvos da escutas telefônicas criminosas.
Os advogados José de Patrocínio, que atuou na campanha deLúdio Cabral (PT), e Antônio Rosa, que coordenou a equipe jurídica da campanha do ex-deputado José Riva e Janete Riva, estavam na lista das vítimas do esquema. Além do jornalista e ex-candidato a governo, José Marcondes Muvuca-in memoriam-.
Os grampos foram obtidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso a telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.