As investigações da Polícia Federal revelaram que o esquema internacional de compra e venda de medicamentos irregulares e falsos, com sede em Cuiabá, teve início com brasileiros que estudavam Medicina no Paraguai.
“Eles foram os primeiros que a investigação mostrou que traziam esses medicamentos, a partir de fornecedores paraguaios em Pedro Juan Caballero. Eles os traziam do País vizinho para Campo Grande (MS) e ali distribuíam para todo o território nacional”, explicou o delegado Jorge Vinícius Gobira Nunes.
Os medicamentos chegavam a Campo Grande e eram pulverizados em distribuidoras, algumas sem autorização da Anvisa. A partir dessas distribuidoras os medicamentos chegavam à clinicas e hospitais particulares e públicos em todo o País. O líder do esquema, no entanto, é um empresário de Cuiabá, que foi preso.
O esquema foi investigado na Operação Autoimune, deflagrada nesta quinta-feira (17), e é um desdobramento da Operação Miastenia, deflagrada em agosto deste ano.
O primeiro deles era o de importadores, que compravam medicamentos a partir do Paraguai.
Em seguida estava o núcleo de transportadores, que traziam o material de cidades como Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para Campo Grande.
O terceiro núcleo era o de intermediadores que estavam incumbidos de fazer a comercialização varejista desses medicamentos e de outras substâncias importadas pelo grupo.
O último núcleo era o dos compradores que compravam os medicamentos em maiores quantidades.
“Verificou-se que algumas pessoas que eram fornecedores também atuavam como transportadores, trazendo o medicamento a partir de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para Campo Grande. Ali eram postadas seja através de empresas privadas, seja através do Correio para diversos pontos do País”.
Em dez meses o grupo movimentou grandes quantias, até agora avaliadas na casa dos R$ 4 milhões. Conforme as investigações, os medicamentos chegaram a pelo menos 17 estados, sendo 65 municípios vítimas do grupo criminoso.
Mandados
As investigações culminaram em 32 mandados de busca e apreensão cumpridas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A partir da perícia de uma carga apreendida em Campo Grande, foram descobertos os medicamentos falsos. À época os celulares e computadores revelaram um esquema de proporções maiores do que o imaginado.
A empresa que importou os medicamentos em questão estava sediada em Cuiabá, dando início à nova investigação.
Entenda o esquema
De acordo com o delegado Gobira, a organização era esquematizada em 4 diferentes núcleos principais.