Reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (7), mostrou que o empresário Marcelo Sixto Schiavenin, dono da loja SportCars, que revendia carros de luxo, mas fechou as portas em Cuiabá deixando vários clientes no no prejuízo, já aplicou golpes nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, local onde chegou a ser preso. Algumas das vítimas ouvidas pedem a prisão do suspeito, que já foi indiciado pelos crimes de estelionato e apropriação indébita.
“É claro que é um golpe. Qual falência é essa? Ele não construiu nada. Ele pegou o meu carro, vendeu, pegou o meu dinheiro e abriu falência? Impunidade, este cara tinha que estar preso”, diz uma das vítimas que concedeu entrevista ao Fantástico na condição de anonimato.
Um advogado entrevistado na reportagem relatou que perdeu um carro avaliado em R$ 300 mil. “No mesmo dia que ele decretou a falência foi o dia que ele vendeu o meu carro”, lamentou Maggveyver Santos Rocha.
Na SportCars, que funcionava na Avenida Miguel Sutil, donos de carros de luxo e esportivos deixavam veículos na loja e Marcelo se comprometia a vender os carros e ficar com uma comissão de 4%. Mas a partir de outubro de 2018 ele começou a não pagar os donos dos carros e passou a apresentar várias desculpas para enrolar as vítimas.
No dia 27 de março deste ano, ele fechou as portas sem avisar os clientes e donos de carros que tinham deixado seus veículos com ele. Foi então que as vítimas começaram a registrar boletim de ocorrência. Algumas delas chegaram a ir na loja para saquear objetos que lá estavam e pertenciam ao dono do imóvel que alugava o espaço.
A Polícia Civil de Mato Grosso acredita que o valor do prejuízo seja bem maior do que os R$ 11,3 milhões declarados por Marcelo à Justiça. Ao Fantástico, o delegado-geral da PJC, Mário Aravechia Resende, disse que Marcelo já foi indiciado pelos crimes de estelionato e apropriação indébita. “O que se busca agora é o fechamento completo do caso com a apuração de todos os detalhes e tudo que foi cometido pelo suspeito”, relatou Resende.
O advogado Frederico Leôncio Gaiva Neto representa 4 vítimas que perderam cerca de R$ 2 milhões e disse não ter dúvidas de que Marcelo é um golpista. “Os mecanismos usados por estelionatários são sempre idênticos: dar uma sensação de segurança para atrair as vítimas, criar um ambiente aprazível, de confraternização, pra que tenha um circulo de amizade. Essa proximidade torna o negócio atrativo para àqueles que têm a intenção de comercializar com o estelionatário”, disse o jurista.
GOLPES NO SUL DO BRASIL
Em 2012, Marcelo Sixto dirigia uma loja de turismo e outra de revenda de carros em Pato Branco (PR), ambas em nome da ex-mulher. Conforme a reportagem, ele foi acusado de não repassar o dinheiro para algumas operadoras de turismo e também de vender veículos e não entregar o dinheiro aos donos. Por isso acabou preso, mas depois foi absolvido por falta de provas.
A ex-mulher disse em nota que chegou a pagar R$ 2 milhões em dívidas contraídas por ele e ainda assim ela sofreu ameaças e processo de cobrança judicial.
