A Justiça do Distrito Federal condenou, em primeiro instância, o morador de Mato Grosso Alan Diego Rodrigues dos Santos a cinco anos a quatro meses de prisão pela tentativa de explosão de uma bomba em um aeroporto de Brasília. O caso ocorreu na véspera do natal.
A decisão do juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal, é de quinta-feira (11).
Junto com o mato-grossense também foi condenado George Washington de Oliveira Sousa, comparsa de Alan. O juiz afirmou que o crime foi premeditado e que os dois confessaram.
O caso ocorreu em meio às manifestações bolsonaristas que vinham ocorrendo desde o dia 30 de novembro, que culminaram em depredações e outros crimes pela Capital Federal.
Os crimes imputados aos dois são expor a perigo a vida ou o patrimônio mediante colocação de dinamite ou substância análoga e causar incêndio em depósito de combustível.
A decisão judicial lembra depoimento de George Washington no qual ele diz que houve o planejamento de instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal para “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”, o que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas”.
Também afirma que os dois condenados se conheceram no acampamento de apoiadores de Bolsonaro montado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília.
A bomba foi desarmada após o motorista do caminhão perceber a colocação do artefato no veículo e comunicar as autoridades.
A sentença menciona depoimento no qual o motorista afirma que, na madrugada de 24 de dezembro, estava dormindo dentro do veículo e se deparou, ao acordar, com uma caixa de papelão no para-lama de um dos eixos. Ao abrir, disse, encontrou duas bisnagas cinzas com fios pretos ligados a um aparelho com luzes acesas e uma antena.
O caminhão estava carregado com 63 mil litros de querosene de aviação.
A acusação afirmava que George Washington providenciou e montou o artefato e que Alan deixou a caixa junto ao caminhão.