O Ministério Público de Minas Gerais expediu, nesta quinta-feira (16), uma recomendação à Vale para que a mineradora mantenha a população de Barão de Cocais informada sobre os riscos, danos e impactos de um possível rompimento da Barragem Sul Superior. Na última segunda-feira (13), a Vale confirmou que houve uma movimentação no talude norte da Cava de Gongo Soco. A movimentação pode levar ao rompimento da estrutura.
A recomendação foi dada depois que o Ministério Público obteve, da própria Vale, documento que confirma que, caso permaneça a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da Cava da Mina de Gongo Soco, há possibilidade de rompimento da estrutura entre os dias 19 e 25 de maio.
O Ministério Público recomenda, ainda, que a mineradora forneça apoio logístico, psicológico, médico, além de alimentação às pessoas que podem ser atingidas.
A empresa também deve manter um posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Estes postos devem ter equipes multidisciplinares preparadas para acolhimento, atendimento às comunidades.
Segundo o MP, a Vale tem seis horas para informar ao órgão as medidas adotadas.
A Defesa Civil Estadual disse, na quarta-feira (15), que, caso haja deslocamento da estrutura, ainda não se sabe a força, nem a quantidade de material que seria carreado para dentro da cava, que fica atrás da Barragem Sul Superior.
O G1 questionou, nesta quinta-feira (16), se a Defesa Civil já tem informações sobre a dimensão dos danos caso haja rompimento do talude, mas o porta-voz da corporação Tenente Coronel Flávio Godinho estava em reunião e não se pronunciou sobre o assunto.
A Vale ainda não se posicionou sobre a recomendação.
Por causa do risco de rompimento do talude da mina Gongo Soco, a mineradora anunciou que a circulação do trem de passageiros Vitória-Minas vai ser alterada por tempo indeterminado já a partir desta quinta-feira (16).
Barragem Sul Superior em Barão de Cocais — Foto: Arte/G1