O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril do ano passado, divulgou em seu site oficial uma carta enviada pelo papa Francisco a ele. No texto, o pontífice manifesta sua “proximidade espiritual” e pede ao petista que não desanime, nem deixe de confiar em Deus.
A mensagem de Francisco seria uma resposta a uma mensagem que Lula havia enviado no início de abril, agradecendo ao apoio que o sumo pontífice “tem demonstrado ao povo brasileiro pela justiça e pelos mais pobres”.
No texto, o papa afirma que “a responsabilidade política constitui um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu país” e agradece o ex-presidente pela carta anterior.
O líder da Igreja Católica também manifesta seu pesar pelas “duras provas” que Lula viveu recentemente, numa referência às perdas familiares do ex-presidente, especialmente a de seu neto Arthur, de 7 anos.
O pontífice afirma ainda que uma das lições importantes que o período de Páscoa ensina é que “podemos passar da escuridão para a Luz; do pecado que separa Deus para a amizade que nos une a Ele; o bem vencerá o mal; e a verdade vencerá a mentira”.
O portal oficial de notícias do Vaticano em português, o Vatican News, confirmou a autenticidade da carta a VEJA. Segundo um representante, a mensagem contém o selo do pontífice e foi assinada em 3 de maio.
O responsável pelo Vatican News – Rádio Vaticano em língua portuguesa afirmou, contudo, que não cabe à representação do Vaticano divulgar o conteúdo ou recebimento das cartas enviadas pelo pontífice, mas sim ao destinatário.
Na carta enviada por Lula ao pontífice, o ex-presidente afirma que está “lutando para provar” sua inocência e que só está preso porque “os poderosos querem destruir toda a rede de proteção e cuidado que construímos para os excluídos”.
A mensagem foi escrita pelo petista em 5 de abril em uma folha de caderno e está endereçada ao “Meu caro Papa Francisco”.
Em junho do ano passado, a equipe do ex-presidente afirmou que Lula recebeu um rosário abençoado de presente do papa Francisco, entregue por meio de um enviado, o argentino Juan Grabois.
No dia seguinte, o Vatican News desmentiu a informação, afirmando que Grabois era, na verdade, “ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz” da Santa Sé e que sua visita ao Brasil foi de cunho pessoal, e não em nome do pontífice. Pouco depois, o portal fez uma nova correção e afirmou que Grabois seguia consultor da Igreja.
(Com Estadão Conteúdo)