Por :RDNews
Servidores estaduais da Educação decidiram, na tarde desta segunda (10), manter a greve da categoria, iniciada no último dia 27. Mesmo com corte de ponto determinado pelo governador Mauro Mendes (DEM), a categoria decidiu que não irá retornar ao trabalho enquanto não tiver as reivindicações atendidas pelo Executivo estadual.
Na pauta da categoria está a posse dos aprovados no último concurso, melhores condições de infraestrutura nas escolas e novos equipamentos pedagógicos, pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) e o cumprimento da lei da Dobra do Poder Compra (510/2013), que prevê reajuste no salário dos servidores da educação para equipará-lo às outras categorias.
Sintep
Valdeir Pereira, presidente do Sintep, ao centro, conduz reunião que decidiu manter greve
Na tarde desta segunda, os servidores participaram de uma assembleia geral na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá. O ato foi encabeçado por lideranças do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), que bradaram contra o governador. Eles criticam a falta de diálogo com o democrata.
Em meio a gritos de “resistência” e “não vamos desistir”, os servidores mantiveram o movimento paredista. Eles classificaram o corte de ponto determinado por Mauro como uma tentativa de enfraquecer o movimento, porém afirmam que não irão ceder enquanto não tiver as demandas atendidas. A assembleia teve a presença de professores de diversos municípios.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, reclama que o governo não apresentou nenhuma proposta para dar fim à paralisação. “Hoje, os educadores são penalizados pela política que o governo adotou. Consequentemente, a greve continuará por tempo indeterminado”, declarou.
Ele disse que o corte de ponto não desmotivou os servidores. “É preciso que o governo entenda que não é com opressão, por meio do corte de ponto, que vai conseguir o fim da paralisação. É preciso negociar com propostas”, asseverou. Valdeir acredita que após a decisão do sindicato de manter a greve, novas escolas deverão aderir ao movimento.
Segundo o líder, o próximo objetivo dos servidores é entrar em contato com deputados estaduais. “Amanhã vamos bater na porta da Assembleia, porque é preciso cumprir a constituição do Estado e a lei aprovada pelos deputados”, disse, em alusão à Dobra do Poder de Compra e ao pagamento da RGA.
Sem recursos
O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, reafirmou, hoje, que o governo não tem recursos para conceder os reajustes solicitados pelos profissionais da Educação. Ele alega que o Executivo ultrapassou o limite de gastos com pessoal, previsto na lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Não é uma vontade. Não é uma questão querer ou não do governador dar ou não a RGA. O problema é legal. O aumento não pode ser dado agora”, argumentou, em entrevista ao programa SBT Comunidade, da TV Rondon.
Segundo Gallo, o governo gastou, no ano passado, R$ 11,6 bilhões com pessoal, chegando a 57,89% de sua receita corrente líquida. Esses números, conforme o secretário, apontam um estouro de 9% do que prevê a LRF.