O corte de energia elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) continua rendendo nas mídias sociais depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um post para explicitar vitória do Ministério da Educação (MEC) ao proibir vestibular onde os candidatos teriam a liberdade de se classificar com o gênero que quisessem e acabou sendo confrontado pelo humorista, apresentador e youtuber gaúcho Rafinha Bastos, num chamado thread no Twitter no qual resolveu se meter o senador José Medeiros (Podemos).
Logo depois de twittar que “a Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Federal) lançou vestibular para candidatos TRANSEXUAL (sic), TRAVESTIS, INTERSEXUAIS e pessoas NÃO BINÁRIOS [sic]. Com intervenção do MEC, a reitoria se posicionou pela suspensão imediata do edital e sua anulação a posteriori”, Bolsonaro foi ironizado por Rafinha.
O humorista citou o episódio do corte de energia da UFMT para criticar a atitude do presidente, considerada preconceituosa. “A Universidade Federal do Mato Grosso ficou sem luz após atrasar o pagamento de contas de 2018 e 2019. Se quiser acionar o MEC pra fazer intervenção onde realmente precisa (e não pra fazer propaganda ideológica), dá um toque aí, campeão”, escreveu o humorista.
Na sequência, o presidente respondeu com um post do ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamando de absurdo o fato de os seis boletos com as contas de luz (o último de mais de R$ 1 milhão) não terem sido pagos à concessionária Energisa, dado o fato de ele ter liberado R$ 4,5 milhões justamente para isso.
Rafinha não se deu por satisfeito e citou a Universidade Federal de Sergipe, que teria suspendido atividades por falta de repasses, a de Brasília, que teria déficit de R$ 100 milhões e a de Santa Maria, onde ocorreria corte de trabalhadores e suspensão de obras. Foi quando José Medeiros decidiu se meter “mandando” o humorista “parar”, justificando que as dívidas e sucateamento das universidades são culpa do Partido dos Trabalhadores (PT), em post apagado por ele horas depois e substituído por um vídeo com o próprio Weintraub.
Daí em diante, começou o habitual festival de xingamentos, palavrões e desqualificações contra os opositores por parte de centenas de seguidores. De um lado e de outro.
ENTENDA O CASO DO CORTE
Concessionária que explora a distribuição de energia elétrica em Mato Grosso, a Energisa cortou a luz de vários campus da Universidade Federal (UFMT) durante a manhã desta terça-feira (16). O motivo é o atraso no pagameno das contas. Até o momento, foram confirmados o desligamento nas unidades de Cuiabá, Barra do Garças e Sinop.
De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, que confirmou o ato, o corte se deu em decorrência do atraso de seis contas – sendo quatro atrasadas desde 2018 e outras duas deste 2019 – e segue em negociação com a empresa concessionária para restabelecimento da energia. Somente um seis dos boletos atrasados, vencido em 28 de junho, cobra mais de R$ 1,226 milhão de consumo. O total do débito ainda não foi informado.
aulas e demais atividades acadêmicas, como não poderia deixar de ser, ficaram suspensas até que o problema seja resolvido. A UFMT tem 34,2 mil alunos e 106 cursos de graduação, além de campus nas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Sinop e Várzea Grande.
Procurada, a Energisa não respondeu às tentativas de contato.
Já a assessoria da UFMT enviou uma nota: “A Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) confirma que houve o corte de energia na manhã desta terça-feira (16) e que segue em negociações com a Energisa para o estabelecimento de energia. No total, estão em abertas seis contas, sendo quatro de 2018 e duas de 2019. A UFMT realizará uma reunião no período da tarde e oportunamente se manifestará sobre seus resultados”. A luz foi restabelecida já no fim da tarde, após o pagamento das contas mais atrasadas a um valor de R$ 1,8 milhão.