A deputada Janaina Riva (MDB) sugeriu ao deputado Eduardo Botelho (DEM), presidente da Assembleia, que convide o procurador-geral de Justiça do Estado José Antônio Borges para que vá até ao Poder Legislativo prestar esclarecimentos sobre a suposta participação de membros do Ministério Público Estadual (MPE) que tenham participado do esquema de grampos ilegais, conhecido por “Grampolândia”.
O pedido de Janaina se deu em razão do conteúdo revelado durante depoimento do coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar no Governo Pedro Taques (PSDB), que declarou ter grampeado a deputada a pedido do promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro.
“A sociedade precisa de uma resposta e que os culpados sejam punidos com a mesma mão de ferro que o MPE usa para acusar aqueles que não fazem parte da instituição. Se fosse aqui na Assembleia, já teria um monte de policial com mandato de busca e apreensão para levar servidor, apreender documentos, computador e com pedido de afastamento do deputado. Quando se trata da Assembleia é desse jeito que funciona. E ninguém iria querer saber se o deputado teria ligação com aquela situação ou não”, apontou Janaina.
A deputada avaliou ainda que o depoimento do Coronel Lesco expôs uma “banda podre” do Ministério Público e que a instituição, que deveria zelar pelos direitos dos cidadãos, teria patrocinado os grampos ilegais e violado o direito fundamental à privacidade de centenas de pessoas.
O depoimento de Lesco aconteceu ontem na 11ª Vara Criminal Especializada na Justiça Militar. Ele e outros militares são réus no caso que ficou conhecido como a Grampolândia Pantaneira – esquema de escutas telefônicas. Outro interrogado ontem foi o ex-comandante-geral da PM Zaqueu Barbosa, que alegou ter tratado dos grampos diretamente com o ex-governador Pedro Taques
Por sua vez o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), admitiu que um grupo de parlamentares quer a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso.
O principal questionamento dos deputados é em relação à suposta participação de promotores em esquemas de escutas ilegais.
O esquema, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, veio à tona em 2017. Na tarde e noite desta terça-feira (16), novas revelações sobre o esquema foram trazidas pelos coronéis da PM Evandro Lesco (ex-chefe da Casa Militar) e Zaqueu Barbosa (comandante da Polícia Militar).
“Existe um sentimento de alguns deputados no sentido de se fazer uma CPI. Eu pedi para eles aguardarem, porque vamos pedir a visita do procurador-geral [José Antônio Borges] para ele vir aqui conversar com os deputados, fazer alguns esclarecimentos. Aí nós poderemos tomar uma decisão. A princípio eu pedi para aguardar”, disse o presidente .