Um homem e uma transexual, envolvidos em crimes de roubo e extorsão cometidos contra homossexuais, foram presos por força de mandado de prisão preventiva, na segunda-feira (22), após serem identificados em investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá.
Os suspeitos M.F. e C.A.C.L. tiveram as ordens de prisão cumpridas na cidade de Dourados (MS) com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
A dupla foi identificada durante investigações do crime, ocorrido no dia 28 de maio, em Cuiabá. Na ocasião, a vítima, através de um site na internet, contratou os serviços de um garoto de programa que se apresentava como “Fit Mineiro”.
Antes de iniciar a relação sexual, o suspeito disse que precisava ir ao banheiro, e logo que saiu começou a agredir a vítima, desferindo golpes de canivete e a estrangulando com o cordão de um roupão.
Enquanto torturava a vítima, o suspeito exigia que ele fizesse uma transferência de R$ 30 mil. No entanto, a vítima conseguiu demonstrar que só conseguiria transferir o valor de R$ 3 mil.
Em seguida, o suspeito ligou para uma pessoa, com a qual conversava a todo momento pelo viva voz, e solicitou o número da conta para a transferência.
Segundo a vítima, a pessoa do outro lado da linha era certamente um transexual, em razão da voz característica, e também era namorada ou esposa do suspeito, uma vez que só se tratavam como “meu amor” e “meu bem”.
Após a vítima atender a exigência e transferir o valor exigido para a conta determinada, o suspeito fugiu do local.
Assim que foi acionada, a equipe da Derf Cuiabá iniciou as investigações, identificando o beneficiário do depósito como C.A.C.R., o qual é oriundo de Mato Grosso do Sul. Durante os trabalhos, os policiais descobriram que C.A.C.R. é transexual e que atende pelo nome social de Melissa, possuindo registros criminais em Mato Grosso do Sul.
Com base nesse levantamento, os policiais da Derf Cuiabá conseguiram identificar o segundo suspeito, M.F., que se apresentava como “Fit Mineiro”, responsável pela extorsão da vítima. Assim como sua companheira, M.F. possui diversos registros policiais pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e, agora, Mato Grosso.
Diante das evidências, o delegado que coordenou as investigações, Eduardo Rizzoto de Carvalho, representou pela prisão preventiva dos suspeitos, pedido acatado pela Justiça. Segundo o delegado, a dupla possivelmente comete crimes em determinada cidade por um tempo e depois se muda, para não ser identificada.
“É muito provável que várias vítimas deste tipo de crime sequer registrem boletins de ocorrências em razão do constrangimento da situação, uma vez que muitas delas escondem de seus familiares esses relacionamentos, bem como até mesmo a homossexualidade”, afirmou o delegado.
Os dois suspeitos tiveram suas prisões preventivas cumpridas em Dourados pela Polícia Civil local.