Pela primeira vez, a diplomacia brasileira se fez presente em reunião de instituto conservador que nega a existência do aquecimento global. O encontro aconteceu na última quinta-feira (25), em Washington.
Em telegrama obtido por Patricia Campos Mello, da Folha, um diplomata brasileiro relata participação na 13ª Conferência Internacional sobre Mudança do Clima, promovida pelo The Heartland Institute. A instituição, que se denomina libertária, é uma das principais patrocinadoras do chamado negacionismo climático e defende que os países não devem atuar contra o aquecimento global.
Entre os nomes que participaram do encontro, o telegrama destaca três conhecidos cientistas negacionistas: “o cientista e ex-assessor da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, Lord Cristopher Monckton; o cientista hidrólogo Jay Lehr; e o cientista e ex-assessor para Assuntos Climáticos da Casa Branca, Myron Ebell”.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo faz parte do grupo de negacionistas e afirma que o aquecimento global é uma manipulação política para impedir o avanço do agronegócio.
O Brasil, que já foi referência mundial em políticas climáticas, hoje é bastante criticado no cenário internacional e corre o risco de sair do Acordo de Paris, de 2015, por iniciativa de Araújo.