Assistência técnica garante qualidade no cultivo de alface hidropônica em Campo Verde

Com uma produção de 144 mil unidades de alface por ano, a família há 13 anos utiliza do cultivo sem solo para produção de hortaliças.

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Técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) realizaram, na tarde desta segunda-feira (29.07), uma visita técnica na propriedade do agricultor Edson Jesus, que trabalha com hidroponia no sítio Paraíso, localizado no Assentamento Rural Taperinha, no município de Campo Verde (131 km ao Sul de Cuiabá). Com uma produção de 144 mil unidades de alface por ano, a família há 13 anos utiliza do cultivo sem solo para produção de hortaliças.

Conforme Edson, para produção de alface no sistema hidropônico, ele possui um berçário e 12 estufas, totalizando uma área de 1.500 metros quadrados, sendo toda a estrutura de madeira, com arcos de ferro, bancada de madeira e sombrite. “Com a adoção desse sistema para produção de hortaliças, utilizo menos mão-de-obra. Hoje não contamos com nenhum colaborador, o trabalho é todo realizado pela família”, enfatiza.

O agricultor Jesus conta que teve a intenção de produzir no sistema hidropônico em 2002 e somente no ano de 2003, com o auxílio da Empaer, fez um crédito rural no valor de R$ 25 mil do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Toda produção é comercializada no mercado local por R$ 14,00 a dúzia. O supervisor da Empaer, Sergio Mazeto, fala que a assistência técnica é contínua com a finalidade de auxiliar o produtor na geração de lucro e renda em sua propriedade.

A visita técnica contou com a participação do pesquisador  da Empaer, Nesvaldo Bento de Oliveira, responsável pelas orientações técnicas no Sítio Paraíso. Segundo o pesquisador, na produção de alface, da semeadura até a colheita, o ciclo é de 45 dias. As cultivares mais plantadas em hidroponia são: tipo lisa (Vitória de Santo Antão), tipo crespa (Vera e Vanda), e americana (Tainá e Lucy Brown). Para a produção de 580 pés de alface/dia o hidrocultor necessita de 20 bancadas de 30 metros quadrados, com uma área útil de 600 metros quadrados. A produtividade esperada é de 20 plantas por metro quadrado.

Nesvaldo é responsável pelas orientações do cultivo em sistema protegido. Ele fala que a hidroponia surge como uma ferramenta que pode ser utilizada para eliminar os elos desnecessários da cadeia de intermediação comercial, e tem como vantagem o retorno econômico em curto prazo. A nova tecnologia já foi implantada nos municípios de Cuiabá, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Diamantino, Alto Paraguai, Sinop, São José do Rio Claro, Barra do Garças, Juína, Santo Antônio de Leverger, Gaúcha do Norte e outros. “Com a assessoria da Empaer já implantamos, nos últimos 20 anos, mais de 300 hidroponias”, relata Bento.

De acordo com Oliveira, a hidroponia é uma alternativa de lucro e renda para os olericultores, garantindo safras e produtos de qualidade. O sistema convencional, com plantio no solo, está mais sujeito ao ataque de pragas e doenças, principalmente no período das águas. O cultivo, além de representar um avanço tecnológico à disposição de grandes produtores, pode ser implantado em pequenas propriedades agrícolas, sítios, chácaras e em terrenos localizados nos centros urbanos.

As vantagens da hidroponia são o cultivo em ambiente protegido, a preparação das mudas em substratos inertes que são transplantadas nas bancadas suspensas sem o contato com o solo e a produção fora de época, reduzindo riscos de adversidades climáticas e baixo volume de água. Ele aconselha que os interessados façam cursos e visitas as estruturas hidropônicas em funcionamento e obtenham informações sobre o assunto antes de ingressarem na atividade. Mais informações pelo telefone (65) 3648 9270/9271.

Participaram da visita, os engenheiros agrônomos , Kenio  Nogueira e Ana Carla Martins Vidotti.

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