A Justiça determinou a indisponibilidade dos bens do prefeito de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, Jeferson Ferreira Gomes, da secretária de Finanças Adriana Guimarães Rosa, da secretária de Educação Cleide Larini Rodrigues Ávila, de empresários e de um servidor público municipal no valor de R$ 200 mil por pessoa. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPE).
A Justiça determinou, ainda, a quebra de sigiloso bancário, fiscal e telefônico do prefeito, da secretária de Finanças e de parte dos requeridos.
Segundo a ação, o controle interno municipal constatou e apontou diversas irregularidades nos contratos firmados pela empresa Garcia e Bejarano Ltda com a Prefeitura de Comodoro. As empresas convidadas na carta convite e as que apresentaram orçamentos para balizar os preços no pregão presencial são suspeitas de formarem cartel para assumir os serviços de informática do Executivo municipal. Orçamentos teriam sido forjados, mantendo estruturas físicas praticamente idênticas, como por exemplo, uso da mesma letra, tamanho das fontes iguais, posições das escritas idênticas. O mesmo padrão de fraude na estimativa de preços foi verificado, inclusive, no pregão presencial.
No decorrer da investigação, os promotores de Justiça verificaram que, antes mesmo da eleição municipal de 2016, o então candidato a prefeito Jeferson Ferreira Gomes prometeu o loteamento do setor de informática da municipalidade, de forma a conceder a pessoa determinada, Lincom Valace, amigo próximo do candidato que possuía relação de parentesco com a secretária de finanças Adriana Guimarães Rosa. Conforme apurado, para tanto, ele se valeria de empresas de terceiros e própria para estabelecer diversos contratos com a administração pública.
A partir da descoberta desse histórico de promessa de corrupção, as investigações apontaram indícios de que a secretária Adriana Guimarães Rosa guardava em sua residência maços de dinheiro em espécie, eis que aportaram fotografias corroborando esse fato, além de depoimento de pessoas próximas confirmando o local da fotografia e dos utensílios que circundavam o dinheiro.
Para os promotores de Justiça Felipe Augusto Ribeiro de Oliveira e Luiz Eduardo Martins Jacob Filho, os envolvidos praticaram atos de improbidade que resultaram em enriquecimento ilícito, causaram prejuízo ao erário e atentaram contra os princípios da administração pública. Ainda de acordo com a ação, as empresas participantes estariam “sob o comando dos acionados Lincom Valace Perreira Procópio e Valdermar Rosa Júnior [que são, respectivamente, ex-marido e irmão da articuladora da empreitada, Adriana Guimarães Rosa], a partir de um acordo feito junto ao prefeito Jeferson Ferreira Gomes”.
Além dos gestores públicos, foram acionados pelo Ministério Público Lincom Valace Pereira Procópio, Valdemar Rosa Júnior, Eder Diones dos Santos, João Alfredo da Silva Borges, a empresa Garcia e Bejarano Ltda e seus sócios Claudiana Cristina Garcia e Gilmar Barbosa Bejarano.