A Noruega anunciou nesta quinta-feira, 15, a suspensão do apoio financeiro que destinava ao Fundo Amazônia. O governo do país escandinavo comunicou que não irá mais efetuar os pagamentos de 300 milhões de coroas norueguesas, algo próximo a 133 milhões de reais, para o programa.
Os noruegueses eram o principais doadores do fundo. Até hoje, o país havia feito aportes que totalizam 3,6 bilhões de reais. O programa tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal – como definido pelo site do fundo.
Ola Elvestuen, ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, declarou que a medida foi tomada após mudanças feitas pelo governo brasileiro na formação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia. Ele afirmou que o país rompeu o acordo mantido com a Noruega e a Alemanha – outra colaboradora do programa – ao efetuar alterações sem fazer consultas prévias.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vinha criticando a forma como os recursos do Fundo Amazônia são geridos. Ele disse não haver dispositivos suficientes para avaliar os resultados dos programas implementados com o dinheiro dos aportes europeus. Também sugeriu que a verba poderia ser usada para indenizar proprietários de terras em áreas de conservação que sofreram desapropriações, o que foi rechaçado pelos governos de Noruega e Alemanha.
Desde 2009, a Noruega foi responsável por cerca de 95% das doações para o fundo de proteção à floresta amazônica. A Alemanha ainda não se pronunciou sobre sua participação no programa, mas cortou o repasse de 155 milhões de reais que destinava a outras atividades de conservação na região. A decisão foi anunciada pela ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, no último sábado, 10.
Questionado sobre a suspensão do apoio alemão, o presidente Jair Bolsonarodeclarou que o país não precisava do dinheiro. “Queria até mandar um recado para a senhora, querida Angela Merkel, que suspendeu 80 milhões de dólares para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui”, afirmou.