Os líderes do G7 chegaram nesta segunda-feira, 26, a um acordo para ajudar a combater as queimadas na Floresta Amazônica. Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido concordaram em liberar 20 milhões de euros (cerca de 91 milhões de reais) em auxílio emergencial, segundo o presidente francês, Emmanuel Macron.
A maior parte do dinheiro que será doado deve ser destinado ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios. Além disso, o grupo das sete maiores economias do mundo também decidiu apoiar um plano de reflorestamento de médio prazo que será apresentado na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.
Para que a medida entre em vigor, o Brasil terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais, segundo Macron.
Essa “iniciativa para a Amazônia” foi anunciada ao final de uma sessão da cúpula do G7 dedicada ao meio ambiente, durante a qual foi discutida a situação na Amazônia, que tem provocado grande preocupação internacional.
As medidas foram divulgadas oficialmente por Macron e pelo presidente chileno, Sebastian Piñera, em uma coletiva de imprensa nesta segunda durante a reunião de cúpula do G7 em Biarritz.
Emmanuel Macron tornou a situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula, apelando no sábado para uma “mobilização de todos as potências” para lutar contra as queimadas e em favor do reflorestamento.
“Devemos responder ao apelo da floresta que hoje arde na Amazônia de uma maneira muito concreta”, acrescentou, após desafiar o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O líder francês também disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve ausente das conversas cobre mudanças climáticas e biodiversidade da nesta segunda porque estava ocupado em reuniões bilaterais.
Trump apoiou as tentativas dos líderes para erradicar os incêndios na Amazônia, disse Macron.
“Ele não estava na sala, mas sua equipe estava”, afirmou. “Os Estados Unidos estão conosco sobre a biodiversidade e a iniciativa da Amazônia”, completou o francês.
Segundo os números mais recentes, 79.513 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, com pouco mais da metade na Amazônia. Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo, enviando dois aviões Hércules C-130 para combater as queimadas.
‘Extremamente desrespeitoso’
Durante a coletiva nesta segunda, Macron foi questionado sobre a resposta do presidente Jair Bolsonaro ao comentário de um seguidor, que comparou a beleza da primeira-dama da França à de Michelle Bolsonaro em uma postagem no Facebook. O líder brasileiro zombou da aparência de Brigitte Macron, de 66 anos, e foi acusado de sexismo pela imprensa francesa.
“Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”, escreveu o seguidor, na legenda da foto dos casais. “Não humilha cara. Kkkkkkk”, respondeu Bolsonaro, em comentário ainda visível em seu Facebook.
Questionado sobre o comportamento do brasileiro, Macron afirmou que o comentário foi “triste” e “extremamente desrespeitoso”. Disse ainda esperar “muito rapidamente” que os brasileiros “tenham um presidente que esteja à altura do cargo”.
“O que eu posso dizer? É triste. É triste primeiro para ele, e para os brasileiros”, disse. “As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha [de seu presidente]”, afirmou o líder francês.