O Papa Francisco pediu nesta segunda-feira (10) que os direitos humanos sejam colocados “no centro de todas as políticas, incluindo as de cooperação ao desenvolvimento, mesmo se isso significa caminhar contracorrente”.
Segundo o Vaticano, a declaração foi enviada aos participantes de uma conferência em Roma, na Itália, que celebra os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorados nesta segunda-feira.
O papa também se manifestou pelas redes sociais. No Twitter, ele disse que a pessoa humana “é um valor em si” e sujeito de “direitos inalienáveis”.
Críticas de Francisco
Declaração Direitos Humanos — Foto: Fantástico
Na carta, Francisco criticou as injustiças alimentadas pelo que chamou de “visões antropológicas redutivas” e um “modelo econômico baseado no lucro, que não hesita em explorar, descartar e até mesmo matar o ser humano”.
O pontífice também condenou que pessoas sejam alvo de “intolerância, discriminação e violência por causa de sua pertença racial, étnica, nacional e religiosa”. Ele ainda criticou o aborto, dizendo que pensa “nos nascituros aos quais são negados o direito de vir ao mundo”.
Também na carta, o papa pediu empenho na luta pelos direitos humanos.
“Cada um é chamado a colaborar com coragem e determinação, na especificidade de sua função, em prol do respeito dos direitos fundamentais de cada pessoa, especialmente as ‘invisíveis’: aquelas que têm fome e sede, que estão nuas, doentes, estrangeiras ou detidas, que vivem às margens da sociedade ou são descartadas” – Papa Francisco
Direitos de refugiados
Papa Francisco conduz a oração da celebração da Imaculada Conceição na Piazza di Spagna, no centro de Roma. — Foto: Tony Gentile / Reuters
No sábado, o Papa Francisco pediu, durante a celebração da festa da Imaculada Conceição em Roma, que sejam protegidos os direitos das famílias que abandonam seus países em busca de uma vida melhor.
Durante a oração, Francisco lembrou que a Virgem Maria e José tiveram que deixar seu país, Nazaré, e ir a Belém para o nascimento de Jesus.
“Sabe o que significa levar no seio a vida e sentir ao seu redor a indiferença, a rejeição, às vezes o desprezo”, disse Francisco se dirigindo à Virgem.