A prisão em flagrante do advogado A.C.C.F., de 46 anos, foi convertida em domiciliar, sob supervisão de tornozeleira eletrônica. Na quarta-feira (22) ele foi flagrado tentando entrar na penitenciária feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, com droga escondida em garrafas de produtos de higiene e de limpeza.
A decisão foi assinada pelo juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, durante audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (22).
Conforme o documento, a partir da análise do material apresentado, “verifica-se que há prova da materialidade e indícios suficientes de autoria delitiva, consoante se infere dos depoimentos dos policiais militares”.
Ainda conforme o juiz, diante dos indícios de autoria “chega-se à inferência de que a ordem pública será abalada se o autuado permanecer em liberdade, uma vez que a gravidade em concreto da conduta revela o alto grau de periculosidade do suspeito”.
Conforme o depoimento do advogado, ele nega ter conhecimento de que a droga estava escondida dentro das garrafas. Afirmou já ter levado em outras ocasiões materiais de higiene para outras detentas, mas nunca para essa.
A versão foi confirmada pela detenta, que alegou nunca ter recebido os materiais de higiene por parte do advogado, que acabara de pegar o seu caso.
Segundo ela, o profissional realizou uma consulta pessoal dentro do presídio para acompanhar o processo dela por tráfico de drogas, registrado no Município de Nova Xavantina.
“Porém não foi realizado contrato” e, até então, “estava sendo defendida pela Defensoria Pública, estava apenas em tratativas do acordo com o Dr. A*”.
Ainda conforme a detenta, ela combinou o valor de R$ 100 com uma pessoa de fora da unidade prisional para que qualquer advogado entrasse no presídio com a droga, mesmo sem ele saber que estaria transportando os ilícitos.