AL discute Lei Geral de Licenciamento Ambiental

Presidente Botelho defende autonomia dos estados para destravar o setor

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Em tramitação no Congresso Nacional há mais de uma década, a Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental – PL 3729/2004 foi debatida na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, nesta segunda-feira (24), em audiência pública requerida pelos deputados Eduardo Botelho – presidente (DEM) e Nininho (PSD), que contou com as presenças de diversas autoridades, inclusive a do governador Mauro Mendes (DEM) e dos deputados federais Neri Geller e Kim Kataguiri (DEM-SP), este, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Licenciamento Ambiental e relator da proposta.

“A Assembleia Legislativa está tomando a frente dessas discussões sobre o meio ambiente. Aliás, a grande reclamação dos produtores e empresários é a questão ambiental. Dizem que há processos que ficam cinco, seis, até 10 anos dentro da Sema, então essa é uma discussão que temos que puxar para destravar. A lei onde o parlamentar Kataguiri é relator vai ajudar a destravar e garantir autonomia aos estados. Isso é importante para nós e a Assembleia tem que participar porque vindo a autonomia, evidentemente, as leis terão que ser feitas dentro do estado”, esclareceu Botelho.

Da mesmo forma, o governador Mauro Mendes destacou a importância do projeto. “Este projeto de licenciamento ambiental, que modifica a lei, torna as regras claras. Protegeremos o meio ambiente, mas não vamos dificultar ou até em muitos casos, criar excessiva burocracia que desestimula o investimento privado nesse país. Ter regras claras, ter um licenciamento que proteja o meio ambiente, mas que não inviabilize a iniciativa privada de empreender nesse país, tenho certeza que será uma grande contribuição para o Brasil no presente e futuro” disse o governador.

De acordo com o federal Neri Geller, a atual legislatura priorizará a questão de licenciamento ambiental diante a importância que representa para Mato Grosso e para o país.

“Estamos bem alinhados com o relator da proposta, Kim Kataguiri, que está conhecendo bem esse problema do licenciamento das grandes obras que são importantes para Mato Grosso, como a BR-242, a conclusão da BR-163, estruturação portuária, licenciamento de grandes empreendimentos, seja na iniciativa privada, como é o caso em Mato Grosso, tanto em PCHs, usinas de etanol. Enfim, queremos trabalhar para dar segurança jurídica para se fazer a preservação, mas também onde os investimentos possam acontecer para retomada do crescimento econômico”, afirmou Geller.

Na oportunidade, o deputado federal Kim Kataguiri informou a jornalistas que a ideia é votar o relatório antes do recesso parlamentar de julho e destacou a produção estadual. “Para a atividade agrossilvipastoril, que acredito que seja maior interesse de Mato Grosso, já existe um consenso para fazer um processo simplificado pelo Cadastro Ambiental Rural ou por uma licença por adesão e compromisso, mas já existe consenso entre ambientalistas e ruralistas”.

Na abertura dos trabalhos, o presidente Botelho chamou a atenção para a importância do assunto ao desenvolvimento econômico em consonância com os recursos naturais disponíveis e limitados, sendo acertadas as ações de debater até chegar a um consenso à questão de EIA/RIMA de empreendimentos utilizadores de recurso ambiental ou potencialmente causadores de degradação do meio ambiente.

Lembrou que Mato Grosso é privilegiado, não só pela sua capacidade produtiva, mas também em termos de biodiversidade, sendo o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Ressaltou que os três são amplamente habitados, produtivos e geram divisas não só ao estado, mas ao Brasil como um todo.

“Se por um lado o cuidado com a natureza é de suma importância para a conservação e preservação, por outro, para aqueles que produzem, o Projeto de Lei nº 3.729, de 2004, é uma esperança, pois sabemos que muita gente tem a vida travada pela burocracia e lentidão do sistema. Fator que impede a produção a industrialização e o desenvolvimento de muitas regiões”, discursou Botelho, ao acrescentar que a audiência pública é o principal canal de participação da comunidade nas decisões que impactam a opinião pública e esta é uma etapa imprescindível para democratizar as decisões e compreensão dos fatores primordiais que envolvem o licenciamento ambiental.

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