A Assembleia Legislativa deve instaurar, nos próximos dias, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar a concessão da BR-163 à Rota do Oeste. A proposta é do presidente do Parlamento, deputado Max Russi (PSB), e já tem aval de boa parte dos deputados estaduais.
“É uma BR que é dentro do nosso estado, que foi dada uma concessão, que está faturando aí mais de R$ 500 milhões, por ano, cobrando pedágio, que toda semana você vê um acidente, uma insegurança muito grande”, argumentou.
Max Russi refere-se ao trecho no sentido Posto Gil, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, que, nos últimos meses, tem registrado alto índice de acidentes, principalmente com vítimas fatais.
O presidente do Parlamento contesta a cobrança do pedágio, que chega a custar R$ 7 reais em uma das praças. “Não é possível, essa duplicação já devia estar pronta em 2019 e não vemos avanços”, complementou.
No último sábado (16), em entrevista a uma rádio de Sorriso, o deputado Max Russi reforçou a cobrança por uma solução. Ele alega que os motoristas pagam a taxa para utilizar a rodovia, no entanto não recebem um serviço de qualidade por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da concessionária responsável pela manutenção.
“A gente tem que saber quem está ganhando com isso, porque essa obra não sai. A Assembleia pode fazer esse papel e eu não posso estar nessa sozinho. Queríamos não precisar fazer isso, que já tivéssemos uma solução”, destacou.
Após a manifestação de Max Russi, na busca de uma justificativa, tanto da cobrança dos motoristas, quanto da falta de investimentos na rodovia por parte da concessionária, a Rota do Oeste emitiu uma nota, alegando a tramitação de um Termo de Ajustamento de Conduta, junto a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), apontado como uma solução para o reinicio dos trabalhos.
“O Termo de Ajuste de Conduta (TAC), parte importante da solução para a retomada das obras de duplicação na BR 163, de Mato Grosso, segue seu curso administrativo na Agência Nacional de Transportes Terrestres, ANTT. Não há risco de perda de validade do documento antes da assinatura pelas partes, que deve ser efetivada após a aprovação de seu conteúdo final pela diretoria do órgão federal. A concessionária ressalta ainda que confia na efetivação da proposta pela Agência e acredita que esta é uma solução melhor para os usuários da rodovia, independentemente da data exata da assinatura, o reinício das obras para o próximo período seco não se altera”, diz a nota oficial.