Cerca de 300 garimpeiros saíram às ruas em protesto na manhã desta terça-feira (8) em Aripuanã (1.002 km de Cuiabá), contra a operação da Polícia Federal que combate garimpos ilegais na região.
De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes ameaçam invadir comércios e praticar atos de vandalismo na cidade caso a PF não recue da decisão de colocar fim à lavra.
Ainda conforme a PM, o clima é de tensão entre os moradores de Aripuanã.
Os militares acompanham a manifestação, porém nenhum ato de violência foi registrado até a publicação desta matéria.
Moradores do Município registraram vídeos do protesto dos garimpeiros. Nas imagens, é possível notar a grande insatisfação do movimento.
Confronto e morte
A segunda fase da Operação Trype foi deflagrada pela PF na manhã de segunda-feira (7) e acabou com um garimpeiro morto.
Segundo a Polícia Federal, o homem estava armado e não teria aceitado varredura em seu barraco em uma área de garimpo.
O garimpeiro, cuja identidade não foi revelada, saiu do barraco já atirando contra os policiais, conforme relato da PF. A equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) reagiu aos disparos e atingiu o homem com dois tiros no peito.
Após a ação desta segunda, o clima na região ficou tenso e garimpeiros ameaçaram queimar uma ponte para isolar os policiais.
A operação tem como objetivo inibir as atividades de garimpo ilegal na região.
Ainda conforme a PF, a ação do garimpo ilegal tem provocado grande impacto ambiental e social na cidade.
A PF afirmou que, após a instalação do garimpo, os índices de homicídios, tráfico de drogas, prostituição e outros crimes têm aumentado no Município.
Cerca de 160 policiais e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) atuam na área durante toda semana.
O nome da operação deriva da palavra grega “trypes”, que significa buracos. Trata-se de uma alusão à situação em que ficou a região após a ação dos garimpeiros ilegais.